Em ambos os casos, os aumentos de tarifas foram aprovados, mas só serão aplicados depois que as empresas ficarem em dia com o pagamento de encargos setoriais (Nani Gois)
Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2012 às 14h53.
Brasília - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) "congelou" a aplicação de reajustes tarifários por duas distribuidoras do Grupo Rede Energia: a Cemat, do Mato Grosso, e a Enersul, do Mato Grosso do Sul.
Em ambos os casos, os aumentos de tarifas foram aprovados, mas só serão aplicados depois que as empresas ficarem em dia com o pagamento de encargos setoriais.
O grupo Rede Energia é o controlador da distribuidora paraense Celpa, que está em recuperação judicial e corre o risco perder a concessão. O reajuste médio da Cemat que ficou "congelado" é de 2,62 por cento, enquanto o da Enersul, que também não pode ser aplicado, é de 2,59 por cento.
O diretor da Aneel Romeu Rufino disse que a situação da Cemat é séria já que a empresa não poderá reajustar tarifas sem antes quitar os débitos. "Acho que merece atenção especial e vigilância da fiscalização para acompanhar os desdobramentos", disse ele sem informar valores de imediato.
Procurado, representantes do grupo Rede informaram que a empresa não vai comentar o assunto imediatamente.
Ainda com relação ao Grupo Rede, a Aneel apresentou nesta terça-feira as propostas da terceira revisão tarifária de duas outras empresas do grupo: Companhia Força e Luz do Oeste (CFLO), um aumento de 4,96 por cento, e a Companhia de Energia Elétrica do Estado de Tocantins (Celtins), com aumento de 4,68 por cento.
Nesses dois casos, as propostas ainda passarão por audiência pública e os valores definitivos só serão aplicados em 4 de julho, no caso da Celtins, e em 29 de junho, no caso da CFLO.
Às 14h22, as ações ordinárias do grupo Rede Energia exibiam queda de 11,4 por cento, com baixo volume de negócios.
Cemig e CPFL
Na reunião de diretoria desta terça-feira, a Aneel também aprovou reajuste médio de 3,85 por cento para as tarifas da Cemig, a partir de 8 de abril.
Para os consumidores de baixa tensão, como as residências, o reajuste médio ficou em 3,88 por cento, enquanto os clientes de alta tensão, como as indústrias, pagarão, em média, 3,79 por cento a mais.
No caso da CPFL Paulista, empresa do grupo CPFL Energia, a Aneel aprovou reajuste médio de 2,89 por cento, a ser aplicado a partir de 8 de abril.
Segundo a decisão aprovada nesta terça-feira pela diretoria da Aneel, o aumento para os clientes de alta tensão será de 3,38 por cento e para os de baixa tensão de 2,61 por cento.