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Andorra pede ajuda ao Brasil para investigar Teixeira

Por Andorra teria passado o pagamento de uma indenização milionária imposta a Teixeira e João Havelange

Ricardo Teixeira: por Andorra teria passado o pagamento de uma indenização milionária imposta a Teixeira e João Havelange para arquivar um dos maiores caso de corrupção da Fifa (Michael Regan/Getty Images)

Ricardo Teixeira: por Andorra teria passado o pagamento de uma indenização milionária imposta a Teixeira e João Havelange para arquivar um dos maiores caso de corrupção da Fifa (Michael Regan/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2016 às 12h36.

Última atualização em 15 de junho de 2018 às 19h07.

Zurique - O governo de Andorra fecha o cerco a Ricardo Teixeira e vai pedir a colaboração do Brasil para investigar suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo o ex-presidente da CBF.

O jornal O Estado de S. Paulo obteve informações exclusivas de que as autoridades do principado já informaram Brasília que enviarão nos próximos dias um pedido de cooperação judicial à Procuradoria Geral da República.

A PGR já indicou que está disposta a cooperar e que a transmissão de dados poderia ocorrer em um modelo chamado de "auxílio direto".

O ex-cartola é investigado pelo FBI. Os americanos solicitaram à Justiça suíça informações sobre contas que estariam sendo controladas pelo brasileiro em bancos no país alpino e também pediram a colaboração de Andorra, diante das suspeitas de que parte dos negócios dele teriam passado por lá.

Por Andorra teria passado o pagamento de uma indenização milionária imposta a Ricardo Teixeira e João Havelange para arquivar um dos maiores caso de corrupção da Fifa.

Segundo a Justiça suíça, eles fraudaram a entidade em R$ 40 milhões entre 1992 e 2000 por meio de pagamentos de propinas da ISL, a empresa que vendia direitos de transmissão para a Copa de 2002 e 2006.

O caso foi mantido em sigilo, e os cartolas brasileiros pagaram multa de US$ 2,45 milhões como devolução dos recursos e forma de encerrar o caso. Mas recursos nos tribunais em Lausanne conseguiram liberar a documentação.

Dados obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo revelam que a empresa que fez a gestão para a devolução do dinheiro na forma de multas foi a Bon Us SL. A empresa depositou os US$ 2,5 milhões do acerto entre Teixeira, Havelange e a Fifa. O dinheiro foi para a conta de Peter Nobel, o advogado pessoal de Joseph Blatter, presidente da Fifa, quem repassou o dinheiro à instituição.

Quatro dias depois, mais US$ 100 mil foram repassados de um banco em Andorra para Nobel, supostamente como honorários de advogados.

O presidente da Bon Us não é declarado em documentos oficiais. Mas ela aparece como acionista da sociedade CO-INVEST SP. Z O.O. registrada na Polônia e que tem como um de seus sócios Joan Besoli que, por sua vez, é sócio de um aliado de Teixeira, Sandro Rosell, na consultoria Comptages SL. Esse mesmo escritório conduziu um pedido de Teixeira para ser residente de Andorra.

Uma das condições para receber a residência seria o depósito de dinheiro no principado. A suspeita é de que o brasileiro optou por fazer a transferência ao banco Andbank, instituição que foi também controlada por um dos ex-diretores de Rosell no Barcelona, Ramon Cierco.

Os advogados de Teixeira foram procurados pela reportagem do jornal O Estado de S. Paulo e não responderam até o final da noite da última segunda-feira.

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