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Analistas discutem como acelerar queda de Kadafi

Países envolvidos na operação militar na Líbia querem tirar rapidamente o ditador do poder

Pressão internacional para a saída de Kadafi aumentam (Getty Images)

Pressão internacional para a saída de Kadafi aumentam (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2011 às 14h10.

Paris - Passada uma semana dos primeiros bombardeios ocidentais sobre a Líbia, analistas já estudam diferentes hipóteses para evitar que a coalizão internacional fique atolada em uma ofensiva de longa duração no país: armar a rebelião, dirigir ações clandestinas, convocar uma insurreição ou estimular uma conspiração para acelerar a queda de Muamar Kadhafi.

"Quando se quer terminar uma guerra, é preciso estar preparado para aproveitar qualquer oportunidade", explicou um especialista em assuntos militares, que pediu o anonimato.

Em operações das quais participam vários países, a chance de que um cenário bélico se complique não é apenas um risco, e sim a regra - e a chance de que dure pouco tempo é praticamente uma exceção.

Os soldados da Força Interina da ONU no Líbano (Finul) estão mobilizados no país desde 1978, enquanto os da Força Multinacional de Paz da Otan (Kfor) no Kosovo permanecem no Líbano desde 1999, e os da Força Internacional de Assistência à Segurança no Afeganistão (Isaf) já lutam há dez anos.

Depois de tentar varrer a rebelião antes que a comunidade internacional tivesse tempo de se mobilizar, o ditador Kadhafi agora tenta ganhar tempo.

A resolução 1973 que França e Reino Unido conseguiram aprovar no Conselho de Segurança da ONU é a base de uma situação muito complexa: não autoriza nenhuma operação militar terrestre contra as forças de Kadafi, mas ordena que "a população civil seja protegida".

Enquanto a violência durar, os aliados precisarão manter os ataques aéreos e "não há nada que nos faça acreditar que isto vá parar", destacou o analista.

Diante deste panorama, qual pode ser a tábua de salvação?

Em primeiro lugar, a esperança de que o regime líbio imploda.

Sobre este ponto, os Estados Unidos e a França manobram por baixo do pano para que isto aconteça, mas sem explicitar esta vontade.

Um assessor próximo ao presidente americano, Barack Obama, deu a entender que alguns membros do círculo de Kadafi, submetidos a uma "intensa pressão", já estão "tentando contatos para buscar uma saída".

Este assessor chegou a citar alguns nomes, como o do ministro líbio das Relações Exteriores, Musa Kusa.

A presidência francesa, por sua vez, "estimulou" abertamente os dirigentes líbios a "desertar e unir-se" ao Conselho Nacional de Transição (CNT), valendo-se de ameaças de processo na Corte Penal Internacional (CPI) de Haia.

"A CPI observa, analisa, instrui. Já temos uma série de nomes em uma lista, mas esta lista pode aumentar (...). Portanto, ao bom entendedor, meia palavra basta", advertiu o Eliseu.

"A melhor solução seria que uma parte do exército de Kadafi lhe desse as costas", estimou o analista.

Outra opção, arriscada e de histórico pouco eficaz, é armar os rebeldes.

"É o que os americanos e o serviço de inteligência francês para o exterior fizeram no Afeganistão durante a ocupação soviética. Coisas que são feitas sem ser ditas, mas que são sempre arriscadas", destacou.

Sobretudo neste caso, porque a grande maioria dos rebeldes não tem nenhuma experiência militar, e os fundamentalistas islâmicos podem assumir o controle.

"Não é suficiente dar armas às pessoas para formar um exército", insistiu.

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