Mundo

Amsterdã remove das ruas câmeras chinesas de vigilância por risco de espionagem

Cidade planeja retirar mais de mil câmeras de vigilância fabricadas na China, citando preocupações de segurança e direitos humanos

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 11 de junho de 2024 às 09h38.

A cidade de Amsterdã, na Holanda, anunciou que removerá câmeras de vigilância fabricadas por empresas chinesas, devido a preocupações com espionagem e violações de direitos humanos. Em comunicado divulgado na segunda-feira (10), a prefeitura informou que pretende eliminar aproximadamente 1.280 câmeras de origem chinesa instaladas para monitorar o tráfego e espaços públicos em até cinco anos. A administração municipal também solicitou aos fornecedores que ofereçam sistemas de câmeras fabricadas em outros países.

De acordo com a Bloomberg, a decisão da capital holandesa surge em meio a temores de que os equipamentos de vigilância fabricados na China possam transmitir imagens ao fabricante ou ao governo de Pequim. Empresas como Hangzhou Hikvision e Zhejiang Dahua foram acusadas por autoridades dos Estados Unidos de envolvimento em violações de direitos humanos na China, especialmente contra a minoria uigur.

Na Alemanha, uma investigação revelou que equipamentos de telecomunicação chineses instalados em redes de empresas de energia estavam repassando informações sobre a rede elétrica nacional para o exterior. Esse incidente levou a uma revisão urgente dos contratos e à substituição dos equipamentos suspeitos, além de reforçar a necessidade de uma estratégia europeia unificada para a segurança cibernética.

Reino Unido e Austrália no 'mesmo barco'

Este movimento segue ações semelhantes dos governos do Reino Unido e da Austrália, que nos últimos anos removeram tecnologias de vigilância chinesas de locais governamentais sensíveis e instalações de defesa. No início deste ano, o serviço de inteligência militar e de segurança da Holanda revelou uma campanha de espionagem chinesa no país, utilizando malware avançado.

Amsterdã busca garantir a segurança digital e proteger os direitos dos cidadãos com essa medida. As autoridades locais estão incentivando o mercado a encontrar alternativas aos sistemas de câmeras chineses, promovendo a adoção de tecnologias que ofereçam maior segurança. O movimento reflete uma preocupação global crescente com a proteção das tecnologias de vigilância fabricadas na China e seu potencial uso para espionagem e monitoramento de populações.

Acompanhe tudo sobre:ChinaEspionagem

Mais de Mundo

Qual visto é necessário para trabalhar nos EUA? Saiba como emitir

Talibã proíbe livros 'não islâmicos' em bibliotecas e livrarias do Afeganistão

China e Brasil fortalecem parceria estratégica e destacam compromisso com futuro compartilhado

Matt Gaetz desiste de indicação para ser secretário de Justiça de Donald Trump