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Ampliação de ciclovias não acompanha aumento do uso da bicicleta

São Paulo - Apesar do crescimento substancial do uso da bicicleta na cidade de São Paulo, as ciclovias não se desenvolvem no mesmo ritmo. Os ciclista têm de buscar seu espaço em meio aos carros, correndo riscos. “O aumento do número de viagens de bicicletas na região metropolitana foi de 88% de 1997 a 2007. […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

São Paulo - Apesar do crescimento substancial do uso da bicicleta na cidade de São Paulo, as ciclovias não se desenvolvem no mesmo ritmo. Os ciclista têm de buscar seu espaço em meio aos carros, correndo riscos.

“O aumento do número de viagens de bicicletas na região metropolitana foi de 88% de 1997 a 2007. Você, como morador de São Paulo sabe da dificuldade de espaço que a gente tem no nosso sistema viário de maneira geral. Os ciclistas batalham para conseguir lugar para eles”, admite a coordenadora do Departamento de Planejamento Cicloviário da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Maria Ermelina Malatesta.

Contrariando as justificativas das autoridades, Eric Ferreira, ex-diretor da organização não governamental (ONG) The Institute for Transportation and Development Policy (ITDP) e elaborador de um plano cicloviário para a cidade de São Paulo em 2006 – que não foi colocado em prática – afirma que as poucas vias destinadas às bicicletas na cidade são resultado de uma má administração dos espaços e da submissão da política municipal à supremacia dos carros.  Para ele, por exemplo, o lugar utilizado pelos carros estacionados nas ruas, mesmo nas áreas mais movimentadas da cidade, poderia ser utilizado como faixa de ciclistas ou de ônibus.

“Qual a diferença que tem de você pegar o seu sofá agora e botar lá onde o carro está? Se você ocupar aquele espaço com o seu sofá, tem diferença? Aí a polícia vai tirar você de lá. Para que? Para o carro ficar parado. O espaço está lá. Falta coragem de administrar aquele espaço. Se não há essa coragem, não vai achar espaço. Isso serviria para as ciclovias”, afirma Eric, hoje professor da Universidade Federal Rural do Semiárido em Mossoró (RN).

O professor compara o sistema cicloviário da cidade de São Paulo com o de Bogotá, onde também ajudou a estruturar as vias para a passagem de bicicletas. “O interessante é o seguinte: 0,4% de pessoas viajavam em bicicletas antes do sistema de ciclovia. Fizeram 300 km de ciclovias integradas com transporte público e, dez anos depois, você tinha 6% do total de viagens feitas de bicicleta. Tiveram a coragem de mexer nas ruas, mudar a estrutura, e a resposta veio pelos cidadãos”.

O ciclista paulista Felipe Aragonez apóia a implementação de mais ciclovias na cidade, mas não as vê como única solução. "Você não tem como botar ciclovia na cidade inteira. O ideal é um planejamento cicloviário, com ciclofaixas, e educar os motoristas”.

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