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Americanos presos na Coreia do Norte foram libertados, diz Trump

No dia seguinte ao anúncio de que EUA deixam acordo nuclear com Irã, presidente americano informa avanços nas negociações com a Coreia do Norte

Tony Kim, um dos três americanos detidos na Coreia do Norte: presidente Trump anunciou a libertação dos cidadãos (Família de Tony Kim/Divulgação/Reuters)

Tony Kim, um dos três americanos detidos na Coreia do Norte: presidente Trump anunciou a libertação dos cidadãos (Família de Tony Kim/Divulgação/Reuters)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 9 de maio de 2018 às 09h46.

Última atualização em 9 de maio de 2018 às 12h47.

São Paulo – Três cidadãos americanos presos na Coreia do Norte foram libertados e estão a caminho dos Estados Unidos. O anúncio foi feito há pouco pelo presidente americano, Donald Trump, em sua conta oficial no Twitter.

De acordo com Trump, os americanos irão pousar em solo americano na madrugada de quinta-feira e estão acompanhados do secretário de Estado, Mike Pompeo, que esteve na Coreia do Norte pela segunda vez em menos de seis semanas para se reunir com Kim Jong-un. "Será ótimo conhecê-los. Estou animado", continuou o presidente na rede social.

As notícias sobre o restabelecimento do relacionamento entre EUA e Coreia do Norte acontecem no dia seguinte em que Trump anunciou que o país irá abandonar o acordo nuclear com o Irã.

Um dos temores suscitados por esse movimento era o de que poderia minar os esforços de pacificação do programa norte-coreano, que será discutido entre o republicano e Kim em uma cúpula que deve acontecer em breve.

Embora os detalhes desse encontro ainda não tenham se tornado públicos, Trump garantiu que a data e o local já foram acertados entre os líderes.

Quem são os americanos?

Kim Hak-song

Kim Hak-Song trabalhava para a Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang quando foi preso em maio de 2017 e estava envolvido num projeto de desenvolvimento agrícola na fazenda experimental do instituto.

Ele foi preso na estação de trem de Pyongyang quando embarcava em um trem que o levaria para sua casa, na cidade chinesa de Dandong. As autoridades o acusaram de cometer “atos hostis” contra o governo.

Kim, de cerca de 50 anos, nasceu em Jilin, na China, e estudou em uma universidade da Califórnia, segundo a rede CNN, que cita um ex-colega de classe. De acordo com essa fonte, ele havia voltado para a China após cerca de dez anos nos Estados Unidos.

A universidade norte-coreana, fundada por evangelistas cristãos estrangeiros, abriu suas portas em 2010 e tem alguns professores americanos. Seus alunos geralmente são membros da elite norte-coreana.

Kim Sang-duk

Kim Sang-Duk, também conhecido como Tony Kim, foi preso em abril de 2017 no principal aeroporto de Pyongyang, quando se preparava para deixar o país depois de dar aulas por várias semanas. Ele também trabalhava para a Universidade de Ciência e Tecnologia.

Kim era professor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Yanbian na China, perto da fronteira com a Coreia do Norte. Segundo o site da instituição, era professor de contabilidade.

De acordo com a agência de notícias sul-coreana Yonhap, ele teria cerca de 60 anos de idade. Participava de programas para ajudar crianças em áreas rurais. Yonhap o descreveu como “um homem muito dedicado”.

Seu filho indicou no Facebook que a família não recebeu notícias desde a sua prisão.

Kim Dong-chul

Kim Dong Chul, um dos três americanos que estava detidos na Coreia do Norte

Kim Dong Chul, um dos três americanos detidos na Coreia do Norte (YouTube/CNN/Reprodução)

Kim Dong-Chul, um empresário de cerca de 60 anos, foi sentenciado em abril de 2016 a 10 anos de trabalho forçado após sua prisão por subversão e espionagem.

Ele foi preso em outubro de 2015, quando recebeu um pendrive com dados relacionados a atividades nucleares e outras informações militares, segundo a agência oficial norte-coreana KCNA.

Em entrevista à CNN em janeiro de 2016, Kim explicou que recebeu o material de um ex-soldado norte-coreano. Ele acrescentou que era naturalizado americano e morava em Fairfax, na Virgínia.

Contou ainda que administrava na época uma empresa de comércio e de serviços de hotelaria e negócios em Rason, a zona econômica especial da Coreia do Norte, perto da fronteira entre a China e a Rússia.

Um mês antes de seu julgamento, ele apareceu em uma coletiva de imprensa organizada pelas autoridades norte-coreanas para pedir desculpas por ter tentado roubar segredos militares em conluio com a Coreia do Sul. Os serviços de inteligência sul-coreanos negaram a informação.

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