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Americanos libertados pela Coreia do Norte chegam aos EUA

Kenneth Bae e Matthew Miller eram os únicos americanos ainda presos na Coreia do Norte


	Kenneth Bae se reencontra com sua mãe, Myung Hee Bae, depois de ser libertado pelo governo norte-coreano
 (Reuters/Anthony Bolante)

Kenneth Bae se reencontra com sua mãe, Myung Hee Bae, depois de ser libertado pelo governo norte-coreano (Reuters/Anthony Bolante)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2014 às 11h12.

Os dois americanos libertados pela Coreia do Norte voltaram para seu país depois de uma missão secreta liderada pelo chefe da inteligência dos Estados Unidos, James Clapper, que os acompanhou em sua volta para casa.

Kenneth Bae e Matthew Miller, que chegaram à base conjunta Lewis-McChord no estado de Washington, eram os únicos americanos ainda presos na Coreia do Norte, depois da libertação há duas semanas de Jeffrey Fowle, de 56 anos.

Pouco depois de chegar, falando à imprensa, Bae agradeceu "a todos que me apoiaram e fortaleceram minha moral e não me esqueceram, e também apoiaram minha família durante este período extremamente difícil".

Também pediu que "a população da Coreia do Norte não seja esquecida".

O departamento de Estado americano anunciou no sábado a libertação dos dois cidadãos americanos após a intermediação de James Clapper.

Clapper viajou à Coreia do Norte e "se envolveu, em nome dos Estados Unidos, nas conversas com as autoridades da República Democrática Popular da Coreia do Norte sobre a libertação dos dois cidadãos", acrescentou o comunicado divulgado pelo departamento.

O chefe da inteligência ficou apenas um dia na capital norte-coreana durante essa missão realizada por sugestão de Pyongyang, embora não tenha se reunido com o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

Segundo um alto funcionário dos Estados Unidos, Clapper se reuniu com importantes funcionários norte-coreanos, mas não com Kim Jong-un, que reapareceu na sexta-feira na televisão depois de uma ausência de dois meses, o que alimentou rumores sobre sua saúde.

Clapper levou uma breve mensagem do presidente Barack Obama a seu colega da Coreia do Norte no qual informava que era o enviado pessoal do chefe de Estado americano, segundo a fonte.

Os norte-coreanos haviam sugerido há várias semanas que eventualmente poderiam libertar os dois americano, pedindo que o governo dos Estados Unidos enviasse um alto funcionário ao país para negociar essa libertação.

Clapper foi escolhido para a missão por sua experiência em temas coreanos, e também porque sua hierarquia como chefe dos serviços de inteligência (e, por isso, fora do circuito diplomático tradicional) permitia evitar dar à viagem um caráter diplomático, explicou.

A libertação dos dois americanos era o único objetivo da viagem de Clapper, acrescentou a fonte sob anonimato.

Essa libertação acontece duas semanas depois que Pyongyang libertou o também americano Heffrey Fowle, de 56 anos, preso em abril passado depois de, supostamente, esquecer uma bíblia no banheiro de uma boate.

Kenneth Bae, um missionário americano, cumpriu dois anos de prisão nesta semana. Com 46 anos, estava doente e sentenciado a 15 anos de trabalhos forçados.

Matthew Miller, de 24, foi condenado a seis anos de prisão pela Suprema Corte da Coreia do Norte depois de ser detido por supostamente rasgar seu visto e pedir asilo.

Washington condenou a atitude de Pyongyang em relação a essas prisões, afirmando que os americanos estavam detidos como reféns políticos para obter concessões diplomáticas.

Obama considerou que a libertação dos americanos foi "maravilhoso para eles para suas famílias".

"Acho que é um dia maravilhoso para eles e suas famílias e, obviamente, estamos muito agradecidos por seu retorno a salvo", declarou Obama, em uma cerimônia na Casa Branca para anunciar o nome de sua nova procuradora-geral, a advogada Loretta Lynch.

Uma fonte do departamento de Estado garantiu que nenhuma concessão foi feita em troca da libertação dos dois americanos.

"A Coreia do Norte sabe o que tem de fazer, se quiser uma relação melhor com a comunidade internacional e terminar seu isolamento e 'status' de pária", justificou a fonte diplomática consultada pela AFP.

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