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América Latina quer participar de debate financeiro no G20

Reunidos em Montevidéu, os representantes regionais buscaram alcançar uma postura comum para levar ao G20 através de Argentina, Brasil e México

Alguns dos líderes mundiais no início da cúpula do G20 (Getty Images)

Alguns dos líderes mundiais no início da cúpula do G20 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2011 às 20h41.

Montevidéu - A América Latina quer participar ativamente do debate sobre uma nova arquitetura financeira mundial, representada por Argentina, Brasil e México, os países da região membros do G20, que se reunirá em novembro em Cannes, na França, disseram autoridades nesta terça-feira.

Reunidos em Montevidéu no fórum "América Latina e o Grupo dos 20: rumo à construção de um espaço de diálogo na região", organizado pela Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), os representantes regionais buscaram alcançar uma postura comum para levar ao G20.

"A América Latina pode chegar a ser um ator importante que tenha voz e voto no mundo que está se desenvolvendo", disse o secretário-geral da Aladi, Carlos Alvarez.

Na mesma linha, o alto representante do Mercosul (integrado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), Samuel Pinheiro Guimarães, reclamou que "não há razão" para que a América Latina não seja representada através da Aladi na próxima cúpula do G20, que contará com Espanha, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Singapura e Guiné Equatorial como convidados.

O G20, no entanto, é um fórum de discussão política formado por economias desenvolvidas e emergentes industrializadas, e que surgiu para debater caminhos de saída para a crise financeira mundial que explodiu em 2008.

Alicia Bárcena, secretária-executiva da Cepal, disse que por ser uma região que reforçou suas reservas monetárias nos últimos anos, a "América Latina merece um lugar na mesa para discutir o sistema monetário internacional".


O chanceler argentino, Héctor Timmerman, insistiu por sua vez que a América Latina precisa de respostas dos países centrais sobre a crise.

"Não estamos dizendo à Europa ou aos Estados Unidos como devem resolver seus problemas, mas, dado que uma recessão nesses mercados ou uma crise nos centros financeiros internacioinais afetam o restante do mundo, precisamos receber uma resposta", enfatizou.

O chanceler advertiu que "achar que apenas os países emergentes, em geral, e China, particularmente, podem compensar com políticas expansionistas o ajuste das outras economias seria um erro de cálculo perigoso no contexto atual".

No médio prazo, Timerman considerou que o G20 deve priorizar a agenda social e trabalhista, promover um crescimento econômico inclusivo e gerador de emprego e criar reservas de alimentos regionais de emergência, entre outros temas.

Para o representante brasileiro no G20, Valdemar Carneiro Leão, o G20 se viu absorvido pela crise financeira internacional, mas "cedo ou tarde a crise será superada e o G20 terá que enfrentar sua agenda de médio e longo prazo".

"Para o Brasil, essa agenda terá que ter, como tema central, a questão do desenvolvimento sustentável e a eliminação da miséria no mundo", destacou em um discurso lido, já que Carneiro não pôde viajar a Montevidéu devido à cinza vulcânica que afeta a região.

O representante do México para o G20, Roberto Marino, destacou que quando presidir o fórum, seu país aspira a desenvolver uma agenda "includente, que dê prioridade aos países em desenvolvimento e à região latino-americana particularmente".

A cúpula do G20 ocorrerá em 3 e 4 de novembro em Cannes (sul da França), e será dominada pela crise da dívida soberana na Europa.

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