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América Latina precisa de onda democratizadora, diz Pnud

Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento afirma que redistribuição de poder e atenção às necessidades dos cidadãos são necessárias

Zelaya: para Pnud, golpe em Honduras foi exceção à regra democrática no continente (Win McNamee/Getty Images)

Zelaya: para Pnud, golpe em Honduras foi exceção à regra democrática no continente (Win McNamee/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2011 às 12h18.

Madri - A América Latina precisa de uma "nova onda" democratizadora que envolva uma redistribuição de poder e atenda mais as necessidades do cidadão, advertiu nesta sexta-feira em Madri o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

"Se a função da democracia é redistribuir poder, achamos que é necessário impulsionar uma nova onda de democratização para redistribuir e reorganizar o poder", afirmou o chileno Heraldo Muñoz, subsecretário-geral da ONU e diretor regional do Pnud para a América Latina e o Caribe.

Muñoz fez esse comentário na sede da Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib) durante um seminário para apresentar o relatório "Nossa Democracia", elaborado pelo Pnud e a Organização dos Estados Americanos (OEA) e que analisa os sistemas democráticos em 18 países da região.

No julgamento do subsecretário-geral, o documento, que foi divulgado em março em Santiago do Chile, é "otimista", mas também "crítico".

A democracia como processo eleitoral, ressalta o relatório, se consolidou na América Latina, mas deve melhorar sua "qualidade" e cortar problemas como a desigualdade e a insegurança.

"A região - ressaltou Muñoz - está em uma encruzilhada. Precisa dar um salto qualitativo de melhorias adicionais, caso contrário, corre o risco de afundar os déficits democráticos".

Como dado positivo, o responsável do Pnud, que foi vice-ministro de Relações Exteriores do Chile entre 2000 e 2002, destacou que a América Latina "viveu o período mais prolongado da história contemporânea de escolha de autoridades pela via democrática".

O golpe de Estado em Honduras de 2009 e "a tentativa de alterar a ordem democrática no Equador" de 2010 "são exceções que confirmam a regra", precisou Muñoz, quem ressaltou que a região acolhe em 2011 cinco eleições presidenciais (Haiti, Peru, Argentina, Guatemala, Nicarágua).

Na sua opinião, "o principal desafio é que, apesar de avançamos em termos de democracia eleitoral e crescimento econômico, a qualidade de nossa democracia é o problema".

O subsecretário-geral da ONU defendeu uma "reforma tributária" para "arrecadar mais e gastar bem", para diminuir a desigualdade e melhorar a segurança cidadã.

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