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América Latina pode se transformar no celeiro mundial

Segundo BID, região pode se transformar no celeiro mundial para alimentar os cerca de nove bilhões de habitantes calculados para 2050


	Fazendeiros trabalhando na colheita de trigo em uma fazenda próxima da cidade de Santo, na Argentina
 (Diego Giudice/Bloomberg News)

Fazendeiros trabalhando na colheita de trigo em uma fazenda próxima da cidade de Santo, na Argentina (Diego Giudice/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2014 às 22h27.

Washington - A América Latina pode se transformar no celeiro mundial para alimentar os cerca de nove bilhões de habitantes calculados para 2050 caso tome algumas medidas para melhorar a produtividade agrícola, apontou um novo relatório divulgado nesta quarta-feira pelo BID.

O trabalho do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em conjunto com a Global Harverst Initiative (GHI), identifica os desafios, recomendações e pontos de ação necessários para transformar a América Latina, que já é a maior região exportadora líquida de alimentos do mundo, "na próxima despensa global".

Nas próximas décadas, o crescimento demográfico e as grandes mudanças na dieta exercerão uma maior pressão sobre os sistemas agrícolas mundiais, segundo o relatório, que garante que esse desafio significará também uma oportunidade de aumentar o desenvolvimento, reduzir a pobreza e apoiar o progresso social em toda a região.

"A América Latina tem um grande potencial para ajudar a satisfazer, de maneira sustentável e produtiva a crescente demanda de alimentos, grãos, fibras e combustível de nosso planeta", afirmou Margaret M. Zeigler, diretora-executiva da Global Harvest Initiative, uma organização privada que fomenta a produtividade agrícola.

Zeigler explicou que isso requer iniciar uma agenda integral de políticas favoráveis à agricultura, com a qual a "América Latina pode atrair investimentos e inovações necessárias para se transformar na despensa global do século XXI".

Segundo o relatório, América Latina e o Caribe fornecem cerca de 11% do valor da produção mundial de alimentos, mas possuem cerca de 24% das terras cultiváveis do mundo.


Além disso, estima-se que possui 28% da terra que se considera tem um potencial meio-alto para a expansão sustentável da superfície cultivada do mundo.

E 36% da terra está, em média, a seis horas dos mercados locais.

"Já estabelecida como a maior região exportadora líquida de alimentos do mundo, a América Latina e o Caribe alcançaram só uma fração de seu potencial para aumentar a produção agrícola tanto para o consumo regional como para a exportação mundial", afirmou no comunicado o especialista do BID Ginya Truitt Nakata.

"Os próximos 10 a 20 anos oferecem uma oportunidade crítica para avançar em novas formas de agricultura produtiva e sustentável com o meio ambiente na região", acrescentou o especialista senior de Operações do organismo creditício internacional.

Para conseguir esse objetivo, o BID identificou várias "áreas chave" de investimento, tanto público como privado, e para a aplicação das políticas de ação, entre elas a ciência agrícola, a investigação e o desenvolvimento.

Além disso, pede que se alcance um maior conhecimento e serviços de extensão agrícola para os produtores, fomentar a infraestrutura de transporte e a logística, e se financie a irrigação e a administração de recursos hídricos e a tecnologia de mecanização.

Também identifica como prioridade impulsionar o comércio regional e global, o acesso dos produtores aos serviços financeiros, com linhas de crédito e administração do risco, e o estabelecimento de cooperativas e associações de produtores.

"A visão da América Latina como a despensa do mundo torna-se cada vez mais clara. Essa é uma boa notícia para o crescimento econômico da região e para seus próprios esforços por reduzir a pobreza e a fome. Além disso, é uma grande notícia para a segurança alimentar mundial", defendeu Moreno.

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