Violência: outros quatro países da região descritos como de "alto risco" são Argentina, Brasil, Paraguai e Peru (Stock.Xchange)
EFE
Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 15h46.
Londres - A América Latina é a região com maior chance de sofrer crimes violentos do mundo, devido à prevalência do tráfico de drogas, aos sequestros, às extorsões e aos roubos, segundo um relatório da empresa de consultoria britânica Verisk Maplecroft.
Seis países latino-americanos estão na categoria de violência "extrema", entre eles Guatemala e México, que ocupam a segunda e terceira posição, respectivamente, no ranking de países mais perigosos, apenas atrás do Afeganistão.
Após Iraque (quarto) e Síria (quinto), aparecem nessa lista Honduras, na sexta posição, Venezuela, na sétima e El Salvador, na oitava, enquanto Colômbia ocupa a 12° posição.
Outros quatro países da região são descritos como de "alto risco": Argentina, Brasil, Paraguai e Peru.
"Dado que conta com seis dos 13 países qualificados de 'extremos', a América Latina é a região do mundo com um maior risco", afirma a empresa de consultoria em seu relatório.
No México e América Central, Verisk Maplecroft destaca a presença de organizações dedicadas ao tráfico de drogas como a principal causa dos altos níveis de criminalidade, que têm um custo econômico para a região de US$ 200 bilhões.
"A presença generalizada de traficantes provocou um dos mais alto níveis de crimes violentos do mundo, dado que os grupos lutam pelo território e por controlar as rotas de transporte de droga rumo aos consumidores das economias desenvolvidas", descreve o relatório.
"Esses grupos, além disso, estão envolvidos em sequestros, extorsões e roubos", acrescenta a firma britânica, que alerta que esse cenário aumenta a despesa das empresas em segurança e as taxas que devem pagar às seguradoras.
O recente aumento na produção de metanfetaminas na América Central indica que os grupos estão estendendo suas redes de produção além de seus localizações tradicionais, como México e Estados Unidos, segundo o documento.
O número de homicídios no México chegou em 2015 a 17 por cada 100 mil moradores, uma "proporção arrasadora", segundo a empresa de consultoria, que calcula o custo econômico da violência no país em cerca de US$ 134 bilhões por ano.
"As melhoras antecipadas alcançadas pelo presidente (Enrique) Peña Nieto se diluíram e as taxas de homicídios começaram a subir de novo", disse Grant Sunderland, analista da firma de riscos no México.
Alguns países da América do Sul, como Venezuela e, em menor medida, Colômbia, enfrentam "muitos dos mesmos desafios" que a América Central.
O Brasil, a maior economia da região, "registrou um progresso significativo na hora de diminuir o crime em algumas de suas principais cidades na última década", destaca o relatório.
Mesmo assim, se mantém como "o segundo maior consumidor de cocaína na América" e continua sendo uma rota de tráfico para os narcóticos produzidos no Peru, Bolívia e Paraguai.