Strauss-Kahn: FMI não é contra instrumentos de controle de capital (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 28 de março de 2011 às 14h40.
Rio de Janeiro - Os governos da América Latina deveriam encerrar programas de estímulos fiscal e monetário para evitar o superaquecimento de suas economias, antes de limitar a entrada de recursos externos por meio do controle de capital, segundo o diretor regional do Fundo Monetário Internacional.
Os governantes deveriam encerrar os programas usados para impulsionar o crescimento econômico durante a crise financeira de 2009 e os bancos centrais precisam elevar as taxas de juros que estão baixas em relação às médias históricas, disse Nicolás Eyzaguirre durante a reunião anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Calgary.
“Se você mantém o ritmo dos estímulos e acrescenta os que vêm do exterior, por meio da alta de preços das commodities e condições fáceis de financiamento, você não terá força suficiente para parar o superaquecimento”, disse ele a jornalistas ontem. “Não se pode mitigar - por meio de regulação, controles de capital ou política monetária - a força desses fatores de pressão.”
Países como Brasil e Colômbia tentam reduzir a valorização de suas moedas, que afeta a competitividade de suas exportações, ao mesmo tempo que lutam contra a inflação. Os juros perto de zero em países como Estados Unidos e Japão estimularam a demanda por ativos de maior rendimento em mercados emergentes. O Brasil elevou a alíquota do imposto para as compras de estrangeiros em renda fixa e ações.
Alguns controles de capital podem ser úteis quando os fluxos de recursos internacionais se tornam excessivos e criam distorções na economia, disse Eyzaguirre.
“Controles de capital podem ser perfeitamente considerados como um instrumento”, disse Eyzaguirre.
O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, disse aos ministros de Finanças da região durante o fim de semana que o fundo não é contra o uso de alguns instrumentos de controle de capital para evitar a apreciação cambial, marcando uma divergência em relação a 20 anos de filosofia macroeconômica, disse Juan Carlos Echeverry, ministro de Finanças da Colômbia.