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América Latina e Caribe podem ter mapaeamento de solos

Projeto, que avaliará riscos de erosão, disponibilidade de água e nutrientes, poderá auxiliar em questões como degradação ambiental e produção de alimentos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - Cerca de 60 pesquisadores de 20 países da América Latina e do Caribe se reúnem a partir de amanhã (6), no Rio, para definir um projeto conjunto de mapeamento dos principais problemas da região em termos de solo.

A informação foi dada pela chefe-geral da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Solos, Maria de Lourdes Mendonça. A estatal é líder do polo América Latina e Caribe do Atlas de Solos. Essa é uma das oito regiões em que o mundo foi dividido pelo consórcio GlobalSoilMap para o mapeamento digital global dos solos.

O único mapa global existente foi feito pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) em 1981, mas é considerado, atualmente, insuficiente para estudos mais profundos do solo do planeta. O consórcio GlobalSoilMap pretende oferecer informações sobre solo pela internet à população e autoridades governamentais.

Lourdes Mendonça disse que o mapa da FAO definiu o solo por classes. O novo mapeamento, acrescentou ela, vai tratar as propriedades ou atributos do solo a partir de informações já existentes. "A vantagem é que você estará falando de atributos do solo e não somente de classes. Quando eu digo o teor de carbono no solo, qualquer agricultor sabe que é a matéria orgânica."

Risco de erosão, disponibilidade de água e nutrientes no solo são alguns dados que estarão disponíveis e poderão auxiliar em questões como aquecimento global, produção de alimentos, degradação ambiental, citou Lourdes. "Com essas informações, poderá ser trabalhado o zoneamento das culturas e identificadas as áreas mais suscetíveis à erosão."

O grupo vai definir também uma estratégia comum para obtenção de recursos destinados à realização do mapeamento nos países e na região. O polo da África, por exemplo, conseguiu apoio da Fundação Bill e Melinda Gates, no valor de US$ 18 milhões.

Para o polo da América Latina e do Caribe, a estimativa é de que sejam necessários US$ 2 para fazer o mapeamento por quilômetro quadrado. Segundo Lourdes Mendonça, isso significa um montante necessário em torno de US$ 36 milhões, considerando a área a ser mapeada de 19 quilômetros quadrados.

A pesquisadora da Embrapa Solos esclareceu que, dependendo do financiamento, os coordenadores do polo poderão escolher áreas para projetos piloto em cada país. No Brasil, informou ela, o Cerrado poderá ser uma das áreas selecionadas. Lourdes Mendonça destacou ainda a necessidade de treinamento de pessoal para a realização do trabalho.

A expectativa é de que os primeiros resultados sejam divulgados nos próximos quatro ou cinco anos, "usando informações já existentes". O evento será aberto às 8h na sede da Embrapa Solos, no bairro do Jardim Botânico, zona sul do Rio, e se estenderá até o dia 10. A solenidade de abertura contará com a presença do presidente da Embrapa, Pedro Arraes.

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