Entrada com privilégio: em portos como o de Navegantes, em Santa Catarina, produtos importados são favorecidos com imposto reduzido (Ildefonso Filho/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2013 às 16h23.
Cidade do Panamá - A América Latina está cada vez mais com a atenção voltada para o setor privado para que ajude a financiar um déficit de 200 bilhões de dólares por ano em investimentos em infraestrutura que está prejudicando o crescimento na região.
Autoridades financeiras que participam de reuniões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no Panamá afirmaram que uma melhor infraestrutura, de rodovias a portos, é uma das maiores necessidades da América Latina.
No entanto, orçamentos apertados limitam a contribuição do poder público, deixando autoridades em busca de um maior envolvimento privado.
"Há um potencial tremendo", disse o presidente do Banco Central da Colômbia, José Darío Uribe. "Um dos gargalos para o crescimento que temos na Colômbia é a infraestrutura inadequada, e isso não é um problema só para o crescimento".
Fernando Aportela, vice-ministro de Finanças do México, disse que reformas planejadas no setor financeiro poderiam aumentar a capacidade dos bancos de desenvolvimento trabalharem com o setor privado.
Também seria importante envolver os fundos de pensão, que no México têm bens no valor de mais 150 bilhões de dólares, entre outras fontes de financiamento.
"Acho que é muito importante promover a participação do investimento privado em infraestrutura, usando todas as possibilidades que temos", declarou Aportela.
O BID estima que o investimento em infraestrutura na Américal Latina precisa pelo menos dobrar -- atualmente, ele corresponde a 2,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) --, com cerca de metade desse crescimento, ou 100 bilhões de dólares por ano, vindo do setor privado.
Se a região dobrasse o investimento em infraestrutura, isso poderia significar um aumento de até dois pontos percentuais no PIB real anual, segundo o BID. Se o investimento em infraestrutura ficasse em 4 por cento a 6 por cento do PIB por 20 anos, a infraestrutura da região alcançaria os níveis do leste da Ásia.