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América do Sul tem desafio de ter transporte de qualidade

Políticos de 14 cidades da América do Sul assinaram declaração que estabelece como prioridade a implementação de um transporte urbano de alta qualidade


	Lima, Peru: documento assinado em cúpula reconhece transporte como direito social
 (Wikimedia Commons)

Lima, Peru: documento assinado em cúpula reconhece transporte como direito social (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2014 às 18h47.

Lima - Prefeitos e vereadores de 14 cidades da América do Sul assinaram nesta sexta-feira em Lima uma declaração que estabelece como prioridade a implementação de um transporte urbano "de alta qualidade" e de reconhecimento da mobilidade como um direito social na região.

A declaração foi assinada na "Cúpula de Cidades Líderes em Mobilidade Sustentável", realizada na sede da prefeitura de Lima.

O documento estabeleceu um "compromisso com a mobilidade urbana", reconhecendo o transporte como direito social e na busca pela melhora da estruturação empresarial, potencialização do financiamento de sistemas integrados de mobilidade e melhoria da saúde urbana.

Este compromisso foi considerado pelos participantes "um marco" rumo à Cúpula Mundial de Mudança Climática das Nações Unidas (COP 20), que será realizada em Lima em dezembro.

A reunião foi liderada pela prefeita de Lima, Susana Villarán; o secretário-geral da Associação Latino-Americana de Sistemas Integrados e BRT, Luis Gutiérrez; o chefe do governo da Cidade do México, Miguel Ángel Mancera, e o prefeito de Curitiba, Gustavo Freut.

Estiveram presentes também os prefeitos de Bogotá, Gustavo Petro, e de Quito, Mauricio Rodas; e das cidades colombianas de Cali e Bucaramanga, da equatoriana Cuenca e da venezuelana Barquisimeto, além de vereadores do Rio de Janeiro, de São Paulo, de La Paz, Cartagena e de Santiago do Chile.

O objetivo da reunião foi "unificar esforços em benefício de um transporte de qualidade para todos e estabelecer soluções para as grandes dificuldades que a cada dia enfrentam as pessoas para se mover, o que afeta gravemente a qualidade de vida e os expõe a sérios riscos de saúde".

Luis Gutiérrez assinalou que a América do Sul "ainda enfrenta graves dificuldades de mobilidade em suas cidades, onde mais de 80% da população vive".

"Devemos estabelecer diversos compromissos com organismos para que a mobilidade seja reconhecida cabalmente como um direito social. Esse é o propósito da Declaração de Lima", enfatizou.

A reunião começou na quinta-feira com a participação de especialistas internacionais, que explicaram a necessidade de a região ter políticas de Estado para melhorar o transporte nas cidades e torna-lo menos poluente.

O diretor de Qualidade, processos e relações externas do consórcio regional de transporte de Madri (CRTM), Carlos Cristóbal Pinto, afirmou que as decisões tomadas pelas autoridades devem ser divididas em estratégicas, a cargo dos responsáveis políticos; táticas, tomadas pelas autoridades de transporte; e operacionais, delegadas aos operadores que executam o serviço.

Pinto explicou que o financiamento aplicado em Madri para a sustentabilidade do sistema passa de 2,35 bilhões de euros, 44,2% são obtidos com a receita das tarifas, com uma média de 0,72 euro por passageiro.

O especialista brasileiro em projeto, implementação e avaliação de sistemas avançados de transporte público urbano, Paulo Custódio, ressaltou que os benefícios do transporte público ajudam a reestruturar as cidades, dinamizam o comércio, facilitam o deslocamento e o acesso às atividades sociais, tornando as cidades mais humanas.

Em 2025 calcula-se que 60% da população viverá em áreas urbanas, e as viagens cotidianas aumentarão em 50% e que se o caminho da mobilidade sustentável for seguido, em 2030 35% da população utilizaria o transporte público.

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