Ataque: agente nervoso fabricado pela URSS nas décadas de 70 e 80 é o mesmo com o qual supostamente foram atacados ex-espião russo e sua filha em março (Henry Nicholls/Reuters)
EFE
Publicado em 1 de agosto de 2018 às 19h16.
Londres - A polícia do condado de Wiltshire, na Inglaterra, informou nesta quarta-feira que realizará "testes preventivos" para garantir que as ambulâncias que transferiram o casal de britânicos intoxicados com a substância Novichok no dia 30 de junho não estão contaminadas pelo agente químico.
Em comunicado, o corpo insistiu que se trata de um processo "preventivo" para garantir "que não tenha acontecido nenhuma contaminação posterior".
"O risco de isso tenha ocorrido é considerado baixo, no entanto, é essencial que não haja nenhuma possibilidade, e por isso este trabalho será realizado", explicou a polícia.
Dawn Sturgess, de 44 anos, e Charles Rowley, de 45, foram intoxicados com um pequeno frasco contaminado com Novichok no dia 30 de junho na cidade inglesa de Amesbury.
Sturgess não sobreviveu ao veneno e morreu em 8 de julho, enquanto Rowley deixou o District Hospital de Salisbury, onde estava internado desde o incidente.
O agente nervoso Novichok, fabricado pela União Soviética nas décadas de 70 e 80, é o mesmo com o qual supostamente foram atacados o ex-espião russo Sergei Skripal e a sua filha Yulia no dia 4 de março em Salisbury.
Segundo o governo britânico, esse ataque foi cometido pelo Kremlin e, como represália, expulsou vários diplomatas russos, embora Moscou tenha negado qualquer vinculação com os fatos.
O inspetor chefe adjunto da polícia de Wiltshire, Paul Mills, reconheceu nesta quarta-feira que o anúncio dos testes aos veículos de emergência "pode causar certa preocupação" à comunidade. No entanto, ressaltou o caráter preventivo e que se trata de um trabalho dentro da "resposta mais ampla em curso sobre o incidente".