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'É hora de acabar com distância entre diplomatas e mundo real', diz Lula na COP30

Presidente fez discurso de abertura da Cúpula dos Líderes, que começou nesta quinta-feira em Belém

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, está na frente nas pesquisas (Ricardo Stuckert/Presidência)

Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, está na frente nas pesquisas (Ricardo Stuckert/Presidência)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 6 de novembro de 2025 às 12h16.

Última atualização em 6 de novembro de 2025 às 12h46.

Belém - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontou dois impasses principais para o avanço do combate às mudanças climáticas, em discurso de abertura da Cúpula de Líderes da COP30. Um deles é a distância entre as conversas entre os países e a realidade das pessoas.

"É hora de acabar com a distância entre salões diplomáticos e mundo real", disse, na manhã desta quinta-feira, 6,

"As pessoas podem não entender o que são emissões ou toneladas métricas de carbono, mas sentem a poluição. Podem não compreender o que são sumidouros de carbono ou reguladores climáticos, mas reconhecem o valor das florestas e dos oceanos", disse o presidente.

O segundo impasse citado por Lula foi a distância entre o contexto geopolítico e a urgência climática.

"Forças extremistas fabricam inverdades para obter ganhos eleitorais e aprisionar as gerações futuras a um modelo ultrapassado que perpetua disparidades sociais e econômicas e degradação ambiental", disse Lula.

"Rivalidades estratégicas e conflitos armados desviam a atenção e drenam os recursos que deveriam ser canalizados para o enfrentamento do aquecimento global. Enquanto isso, a janela de oportunidade que temos para agir está se fechando rapidamente", afirmou.

O presidente disse também que a superação destes obstáculos será importante para reverter o desmatamento e superar o uso de combustíveis poluentes.

"Estou convencido de que, apesar das nossas dificuldades e contradições, precisamos de mapas do caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos", afirmou.

Para Lula, há uma relação direta entre a crise climática e a desigualdade social.

"A mudança do clima é resultado das mesmas dinâmicas que, ao longo de séculos, fraturaram nossas sociedades entre ricos e pobres e cindiram o mundo entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Será impossível contê-la sem superar as desigualdades dentro das nações e entre elas", disse.

"A justiça climática é aliada do combate à fome e à pobreza, da luta contra o racismo, da igualdade de gênero e da promoção de uma governança global mais representativa e inclusiva", afirmou.

Ao final de sua fala, o presidente elogiou o fato de a COP30 ser realizada na Amazônia e fez uma comparação, de improviso.

"A Amazônia para o mundo é como se fosse uma Bíblia. Todo mundo sabe que existe, mas cada pessoa interpreta de uma forma. Aqui, as pessoas poderão ver a Amazônia de perto", afirmou.

Começo da COP30

A cúpula de líderes marca o começo da COP30, o principal encontro global para debater saídas para lidar com as mudanças climáticas globais.

A COP30 é realizada em uma enorme tenda montada no Parque da Cidade, em Belém. O presidente Lula foi o primeiro a chegar nesta quinta-feira e, em seguida, passou a receber os outros líderes. Entre eles, passaram António Guterres, secretário-geral da ONU, e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.

Segundo o Itamaraty, cerca de 30 chefes de Estado vieram ao evento. Veja a lista completa ao final do texto.

A Cúpula de Líderes serve para que os chefes de Estado debatam estratégias e medidas, mas não tem poder de decisão. As definições em si serão fechadas na COP30, pelos negociadores, que começam oficialmente os trabalhos na segunda-feira, 10.

O evento terá reuniões e sessões plenárias ao longo de dois dias, com três sessões temáticas. A primeira, que começará às 15h de quinta-feira, tratará de Clima e Natureza: Florestas e Oceanos.

As outras duas reuniões, sobre transição energética e as contribuições nacionalmente determinadas (NDCs), serão realizadas na sexta-feira. Nesta última, serão debatidas as medidas que cada país se compromete a fazer para reduzir a emissão de poluentes.

Na agenda de quinta, há também um almoço dedicado ao TFFF, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, um dos principais temas desta COP, que busca arrecadar recursos para custear a preservação ambiental. 

Em paralelo à cúpula, Lula terá reuniões bilaterais com o príncipe William e Keir Starmer, premiê do Reino Unido, às 12h, e com o presidente da França, Emmanuel Macron, às 15h.

Lista de chefes de Estado na Cúpula de Líderes da COP30

Chile - Gabriel Borić Font (Presidente)
Colômbia - Gustavo Petro (Presidente)
Comores - Azali Assoumani (Presidente)
Congo Brazzaville - Denis Sassou N’Guesso (Presidente)
Finlândia - Alexander Stubb (Presidente)
França - Emmanuel Macron (Presidente)
Guiana - Irfaan Ali (Presidente)
Honduras - Xiomara Castro (Presidente)
Letônia - Edgars Rinkevics (Presidente)
Moçambique - Daniel Francisco Chapo (Presidente)
Mônaco - Alberto II (Príncipe / Chefe de Estado)
Namíbia - Netumbo Nandi-Ndaitwah (Presidente)
Palau - Surangel Whipps Jr. (Presidente)
Reino Unido - William (Príncipe)
República Democrática do Congo - Félix Tshisekedi Tshilombo (Presidente)
Síria - Ahmad Al Sharaa (Presidente)
Suécia - Carl XVI Gustaf e Silvia (Rei e Rainha)
Suriname - Jennifer Simons (Presidente)

Alemanha - Friedrich Merz (Chanceler / Primeiro-Ministro)
Antígua e Barbuda - Gaston Alphonso Browne (Primeiro-Ministro)
Barbados - Mia Amor Mottley (Primeira-Ministra)
Espanha - Pedro Sánchez (Presidente de Governo)
Essuatíni - Russell Mmiso Dlamini (Primeiro-Ministro)
Irlanda - Micheál Martin (Primeiro-Ministro)
Noruega - Jonas Gahr Støre (Primeiro-Ministro)
Países Baixos - Dick Schoof (Primeiro-Ministro)
Papua-Nova Guiné - James Marape (Primeiro-Ministro)
Portugal - Luís Montenegro (Primeiro-Ministro)
Reino Unido - Keir Starmer (Primeiro-Ministro)
Santa Sé (Vaticano) - Card. Pietro Parolin (Secretário de Estado)

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