quatro corpos foram resgatados nos acampamentos situados nas partes mais altas do Everest (AFP/AFP)
EFE
Publicado em 27 de maio de 2019 às 17h01.
Última atualização em 29 de maio de 2019 às 17h18.
Katmandu — Uma equipe de alpinistas que fazia trabalhos de limpeza de materiais deixados no Everest retirou cerca de 11 toneladas de resíduos e quatro corpos de escaladores que morreram no monte mais alto do mundo.
Uma equipe de 12 experientes alpinistas sherpas completou nesta segunda-feira a limpeza em uma operação promovida pelo governo do Nepal e que começou em meados de abril.
"Junto com o lixo, também foram recuperados quatro corpos achados nos acampamentos situados nas partes mais altas do Everest e que foram levados a Katmandu na semana passada", disse à Agência Efe o diretor-geral do Departamento de Turismo nepalês, Dandu Raj Ghimire.
O projeto, que teve um investimento de mais de US$ 200 mil, é a maior campanha de limpeza da montanha e a primeira promovida pelo governo do Nepal, afirmou.
Os resíduos serão transferidos à base do exército do Nepal no povoado de Namche Bazar, a 3.440 metros de altitude, e depois à capital do país para serem reciclados pela companhia especializada Doko Recycling.
Tudo o que foi coletado são resíduos deixados por centenas de alpinistas de diversos países que a cada temporada de primavera, entre abril e maio, época ideal para a escalada, gastam milhares de dólares para chegar ao pico mais alto do mundo deixando um rastro de lixo.
Durante os últimos anos, o Everest ganhou o infame título de "lixeira mais alta do mundo" pelas toneladas de equipamentos de escalada, cilindros de oxigênio e restos mortais de escaladores que morreram durante a escalada e cujos corpos não foram achados.
Em 2014, o governo impôs aos alpinistas uma regra: devem voltar do cume com pelo menos oito quilos de resíduos.
Antes de cada expedição, cada equipe deve pagar US$ 4 mil como depósito que é reembolsado depois que o escalador entregar a cota de resíduos, mas muitas equipes acabam deixando o lixo na montanha.