Mundo

Alojamento da construtora Enesa é incendiado em Jirau

Trabalhadores disseram ter recebido ameaças de que alojamento seria destruído se eles tentassem trabalhar nessa sexta

Obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia (ABr/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia (ABr/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de março de 2011 às 16h21.

Porto Velho e Brasília - Os alojamentos da Enesa Engenharia S.A, uma das empresas que atuam no canteiro de obras da hidrelétrica de Jirau, a 77 quilômetros Porto Velho, em Rondônia, foram atacados hoje. Não houve feridos. O relato dos funcionários da Enesa é de que eles tinham recebido um aviso de que se voltassem a trabalhar hoje, o alojamento seria incendiado. A ameaça se confirmou.

Os cerca de 1.300 funcionários tinham deixado o canteiro de obras, temendo confronto como o ocorrido ontem e na terça-feira, com funcionários da Camargo Correa. Mas a Enesa conseguiu fazer com que eles voltassem ao trabalho. A primeira versão era de que o incêndio teria sido provocado por um curto circuito, mas os funcionários descartam essa possibilidade. "Foi um ato criminoso. Ninguém tem nada a ver com o problema da Camargo (Corrêa), disse Sadinoel de Lima, mestre de transportes da Enesa.

Segundo os empregados da Enesa, os funcionários da Camargo Correa têm menos benefícios trabalhistas. A cestas básica que eles recebem, por exemplo, é no valor de R$ 110, enquanto os demais recebem uma cesta de R$ 310. Duas pessoas foram detidas pela polícia no alojamento, mas são se sabe se têm envolvimento com o incêndio.

O complexo de Jirau tem cerca de 22 mil funcionários e está todo parado, depois do quebra-quebra ocorrido desde a última terça-feira. A Força Nacional acionada pelo governo federal, para garantir segurança aos trabalhadores, com 35 homens, já está no local.

A informação de que a Camargo Corrêa teria acionado vários ônibus para o deslocamento dos funcionários, na tentativa de evitar novos confrontos, foi confirmada em parte. Cerca de 20 mil tiveram que fazer o percurso de 5 quilômetros a pé, porque não havia ônibus suficiente.

Santo Antônio

As obras da hidrelétrica de Santo Antônio, que junto com Jirau forma o complexo hidrelétrico do Rio Madeira (RO), também foram paralisadas hoje. O consórcio construtor afirmou, em nota, que a decisão foi tomada para garantir a segurança dos trabalhadores. Cerca de 15 mil pessoas trabalham no local. A decisão foi tomada por conta dos conflitos ocorridos nos últimos dias na hidrelétrica de Jirau.

"A decisão é preventiva e visa a garantir a segurança e o bem estar dos trabalhadores. As atividades serão retomadas assim que houver a normalização do ambiente na região", afirma a nota. O Consórcio Santo Antônio Civil (CSAC) é formado pela Andrade Gutierrez e a construtora Norberto Odebrecht.

Acompanhe tudo sobre:Energia elétricaHidrelétricasRondôniaUsinas

Mais de Mundo

Reino Unido pede a seus cidadãos que deixem o Líbano em voos comerciais

Qual o risco de guerra entre Líbano e Israel após as explosões de pagers?

Guarda Revolucionária do Irã promete 'resposta esmagadora' por ataques no Líbano

Biden receberá Zelensky na Casa Branca para falar sobre guerra com a Rússia