Chanceler venezuelana: "O diálogo é o caminho. Almagro se constituiu no líder contra o diálogo e percorreu os cantos de nosso hemisfério chamando o não diálogo, atentando contra a paz da Venezuela" (Marco Bello/Reuters)
EFE
Publicado em 15 de março de 2017 às 16h25.
Caracas - A chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse nesta quarta-feira que o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luís Almagro, lidera o movimento contrário ao diálogo político no país, pois chama a oposição a não conversar com o governo e promove uma campanha internacional contra esses encontros.
"O diálogo é o caminho. Almagro se constituiu no líder contra o diálogo e percorreu os cantos de nosso hemisfério chamando o não diálogo, atentando contra a paz da Venezuela, contra a estabilidade, contra a integridade de nosso povo", disse a chanceler.
Rodríguez fez as declarações na sede da Chancelaria durante um ato com representantes de "movimentos sociais" que manifestaram apoio ao governo de Nicolás Maduro contra os "ataques" de Almagro.
"Sabemos que este obscuro personagem permanentemente chama a oposição para que não se sente à mesa de diálogo. É um personagem contra a paz", completou a ministra das Relações Exteriores, que garantiu que o governo conhece "cada passo" dado por Almagro.
"Nós podemos informar ao nosso país que Almagro está derrotado dentro da OEA porque os governos de nossa região sabem muito bem o valor da paz e da estabilidade do nosso país para toda a região, apesar de haver posições extremistas que apoiam esses personagens", completou a chefe da diplomacia americana.
A chanceler reiterou as declarações já feitas em comunicado divulgado ontem, quando repudiou o novo relatório do secretário-geral da OEA sobre a Venezuela.
Rodríguez indicou que o governo da Venezuela sabe que Almagro, chamado por ela de "malfeitor", atua em "parceria com setores violentos da oposição venezuelana" e com os "extremistas de Miami" para intervir no país.
"Nós temos que alertar sobre essa situação, mas a situação não ocorrerá porque o povo da Venezuela jamais permitirá uma intervenção", indicou o chanceler.
Ontem Almagro divulgou um relatório no qual pede a suspensão da Venezuela da OEA como última medida de pressão para que o presidente Nicolás Maduro convoque eleições, após constatar o "fracasso" de todas as tentativas de diálogo.
"Aprovar a suspensão do desnaturalizado governo venezuelano é o mais claro esforço e gesto que podemos fazer neste momento pelo povo do país, pela democracia no continente, por seu futuro e pela justiça", disse Almagro no relatório de 75 páginas que foi enviado ao Conselho Permanente da OEA.