Mundo

Aliança opositora não participará das eleições na Venezuela

Coalizão não participará se não houver mudanças nas condições eleitorais, mas deixou as portas abertas para concorrer se o governo aceitar propostas

Venezuela: oposição chamou as eleições presidenciais de "simulacro fraudulento e ilegítimo" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Venezuela: oposição chamou as eleições presidenciais de "simulacro fraudulento e ilegítimo" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

E

EFE

Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 17h03.

Última atualização em 21 de fevereiro de 2018 às 17h31.

Caracas - A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) anunciou nesta quarta-feira que não participará das eleições presidenciais de 22 de abril na Venezuela se não houver mudanças nas condições eleitorais, mas deixou as portas abertas para concorrer se o governo aceitar as propostas feitas na República Dominicana.

"Não contem com a Mesa da Unidade Democrática nem com o povo para aprovar o que, até agora, é apenas um simulacro fraudulento e ilegítimo de eleição presidencial", anunciou o coordenador político da MUD, Ángel Oropeza, em entrevista coletiva.

Oropeza assegurou que esta decisão foi tomada "em consenso" e por parte de "todos" os partidos que integram a aliança antichavista.

Em comunicado de oito tópicos, Oropeza desafiou o chefe de Estado e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, a "enfrentar o povo em eleições sérias" e citou as condições eleitorais contidas no documento apresentado nas negociações em Santo Domingo no dia 2 de dezembro.

A aliança lembrou que o documento contempla, entre outras coisas, "a realização de eleições no segundo semestre de 2018, a formação de um Conselho Nacional Eleitoral equilibrado e a revogatória das inabilitações a partidos e líderes".

"Com estas condições, previstas na lei e que portanto deveriam ser de cumprimento obrigatório, estamos prontos para participar", anunciou.

O chavismo defende que na última rodada de diálogos na República Dominicana, realizada no início do mês, as partes chegaram a um acordo, mas que a oposição se negou a assiná-lo de última hora.

No documento lido nesta quarta-feira por Oropeza a convocação das eleições presidenciais decretadas pela Assembleia Nacional Constituinte (ANC) - órgão governista plenipotenciário não reconhecido pela oposição - é classificada como "prematura e incondicional", ao mesmo tempo que um "show do próprio governo para aparentar uma legitimidade que não tem".

"Convocou todos os setores sociais do país a constituir uma grande Frente Ampla Nacional" para formar um "mecanismo efetivo de organização e articulação de forças sociais e políticas".

Esta organização giraria, disse, "em torno do propósito de conseguir neste ano eleições limpas e competitivas, e alcançar o resgate da democracia como sistema político".

Oropeza antecipou que nos próximos dias, por um lado se "multiplicarão as reuniões" para dar corpo a esta "grande frente ampla", e por outro serão anunciadas "as propostas básicas do Programa de Governo de União e reconstrução nacional" para o qual será iniciado "um processo amplo de discussão e consulta" em toda Venezuela.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaEleiçõesVenezuela

Mais de Mundo

França estreia novo governo com giro à direita

Trump diz que é 'muito tarde' para outro debate com Harris nos EUA

Sri Lanka vota em primeiras presidenciais desde o colapso econômico

Milei viaja aos EUA para participar na Assembleia Geral da ONU pela 1ª vez