Kassab tem que garantir, desde já, sua sobrevivência política em 2014 com as alianças que fizer em São Paulo. Pode haver uma aliança com o PT (Prefeitura de SP/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2012 às 09h20.
Brasília - Depois de contar com a ajuda preciosa de governadores e líderes políticos de vários partidos para construir seu PSD ao longo do ano passado, 2012 chega para o prefeito de São Paulo e presidente da nova legenda, Gilberto Kassab, como a hora do acerto de contas. O pagamento pela boa vontade dos aliados virá nas eleições municipais deste ano, com o PSD dando apoio aos candidatos dos padrinhos que o ajudaram Brasil afora.
Será assim na Bahia do governador petista Jacques Wagner, que cedeu ao partido de Kassab até seu vice Otto Alencar, um ex-carlista cooptado pelo PT. Lá o PSD vai trabalhar pelo petista Nelson Pelegrino a prefeito de Salvador.
Do mesmo modo que, no Rio de Janeiro, a gratidão ao apoio sem exigências do governador Sérgio Cabral (PMDB) virá na campanha da reeleição do prefeito Eduardo Paes (PMDB).
A situação se repete em Pernambuco, onde a ordem é seguir as instruções do governador Eduardo Campos (PSB), especialmente em se tratando da prefeitura do Recife. Igualmente no Ceará, onde o governador socialista Cid Gomes ajudou a montar o PSD.
Na verdade, a operação cearense foi comandada pelo irmão do governador e ex-candidato a presidente Ciro Gomes, que sangrou o PSDB do ex-aliado Tasso Jereissati para engordar a nova legenda.
Apoio tucano
Mas a extensa lista de credores também inclui o PSDB. No Pará, o maior aliado de Kassab na construção do PSD foi o governador tucano Simão Jatene.
Da mesma forma, no Paraná do governador Beto Richa, o partido nasceu como força política auxiliar do PSDB. Em Minas Gerais, a sigla já surgiu abrigada no secretariado do governo Antonio Anastasia, quando o secretário de Gestão Metropolitana e deputado federal Alexandre Silveira trocou o PPS pelo PSD.
Não por acaso, a exceção ao quadro geral é São Paulo, onde Gilberto Kassab acumula o comando do PSD nacional, com o estadual e com o municipal. É em território paulista que ele tem de garantir, desde já, sua sobrevivência política em 2014.
Um de seus aliados diz que foi diante da dificuldade de obter espaço no projeto futuro do tucanato que ele fez aceno ao PT. A expectativa é de amarrar o quanto antes a vaga ao Senado por São Paulo.
Voo solo
Os casos em que o PSD estará solto para construir o projeto eleitoral que bem entender são raros. Projetos próprios terão mais espaço no Amazonas e em Santa Catarina, únicos Estados comandados por governadores do PSD, Omar Aziz e Raimundo Colombo, respectivamente.
A regra também vale para o Rio Grande do Sul, onde a legenda se formou sem o apoio de nenhuma liderança gaúcha importante.
Se o partido ganhar na Justiça o direito de levar os votos e o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão dos que migraram de outras legendas, o projeto é lançar a candidatura do deputado federal Danrlei de Deus em Porto Alegre. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.