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Alfaiate colombiano cuidará das roupas de futuro papa

Luis Abel Delgado, de 44 anos, vai costurar a túnica e todos os aparatos em uma antiga máquina Singer


	O papa Bento XVII: o alfaiate colombiano disse que espera poder continuar a trabalhar para Bento XVI.
 (REUTERS/Stefano Rellandini)

O papa Bento XVII: o alfaiate colombiano disse que espera poder continuar a trabalhar para Bento XVI. (REUTERS/Stefano Rellandini)

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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2013 às 12h58.

Brasília – O alfaiate colombiano Luis Abel Delgado, de 44 anos, é o responsável pela confecção dos trajes que serão usados pelo sucessor do papa Bento XVI. Delgado vai costurar a túnica e todos os aparatos em uma antiga máquina Singer. Ele contou que está às voltas com os tecidos, enviados pelo Vaticano, para preparar todos os detalhes: a mitra (espécie de chapéu de forma cônica), a casula (túnica sem mangas), a estola e a alva (capa).

Delgado disse estar empenhado em correr contra o tempo e, por isso, trabalha de dia e à noite para concluir os trajes do futuro papa. Solitário, o alfaiate é viúvo e vive na companhia de um sobrinho e duas cadelas. "A costura sempre me interessou e, em particular, os bordados à mão porque pedem atenção aos pormenores, paciência e criatividade em todos os seus aspectos", acrescentou.

Nos últimos 30 anos, Delgado foi responsável pela confecção de uniformes da Brigada de Cali (cidade a 500 quilômetros da capital colombiana, Bogotá) e pelo bordado de insígnias nos lenços usados por cerca de 20 chefes de Estado. Ele disse que bordou as insígnias em lenços usados por presidentes da Colômbia, da Argentina, do Chile, do Equador, do México, do Panamá, do Peru e dos Estados Unidos.

O alfaiate, que é católico praticante, disse ter ficado surpreso com a decisão de Bento XVI de renunciar. Ele disse se lembrar exatamente do momento, no último dia 11, em que o papa anunciou a decisão, e acrescentou que Bento XVI lhe fez uma confidência. “Naquela manhã, o santo padre confiou-me que se retirava porque se sentia cansado, tinha dores nas pernas e cansava-se facilmente", relatou.

Desde 2007, Delgado é um dos alfaiates a serviço do papa. Há ainda duas freiras – uma é nascida no Equador e a outra na Guatemala. Todos moram no Vaticano. O alfaiate colombiano disse que espera poder continuar a trabalhar para Bento XVI.

"[Sei que] o papa emérito vestirá branco. Espero poder continuar a trabalhar para ele e para o Vaticano, pois isso inspira o meu trabalho, que é uma benção", disse Delgado, que a partir de amanhã (1º) começa a enviar as peças confeccionadas por ele para o sucessor de Bento XVI.

Delgado lembrou a visita que fez, em outubro de 2007, ao Vaticano, e o momento em que entregou a Bento XVI uma "bandeira da Colômbia bordada à mão".

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