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Alemanha vai negociar com Rússia possível compra da vacina Sputnik V

O ministro alemão justificou a decisão, explicando que a Comissão Europeia anunciou que não negociaria a compra da vacina Sputnik V em nome dos 27 Estados-membros

 (Agustin Marcarian/Reuters)

(Agustin Marcarian/Reuters)

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AFP

Publicado em 8 de abril de 2021 às 13h30.

Última atualização em 8 de abril de 2021 às 13h31.

A Alemanha anunciou nesta quinta-feira (8) que planeja discutir com a Rússia sobre possíveis quantidades e prazos de entrega da vacina Sputnik V, caso o imunizante seja aprovado pela Agência de Medicamentos Europeia.

"Expliquei em nome da Alemanha no conselho de ministros de Saúde da UE (União Europeia) que teremos conversas bilaterais com a Rússia para saber quando e em que quantidades poderiam entregar as vacinas", disse o ministro da Saúde, Jens Spahn, ao canal público WDR.

O ministro justificou a decisão, explicando que a Comissão Europeia anunciou que não negociaria a compra da vacina Sputnik V em nome dos 27 Estados-membros, como fez com outras vacinas contra a covid-19.

"As entregas (russas) devem acontecer nos próximos dois, quatro, ou cinco meses para que a situação atual mude realmente", disse Spahn, que é alvo de críticas pela lentidão da campanha de vacinação na Alemanha.

"De uma maneira, ou de outra, ainda teremos vacinas mais do que suficientes", acrescentou o ministro.

Duas regiões alemãs - Baviera e Mecklemburgo Pomerânia - já reservaram 35 milhões de doses da vacina russa, uma entrega que dependerá da eventual autorização europeia para o uso do imunizante.

Até agora, a Rússia enviou pequenas quantidades de sua vacina ao exterior, por não ter condições de produzir doses suficientes e por desejar priorizar a própria população.

Berlim destacou que qualquer entrega da Sputnik V está condicionada à aprovação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês).

"Para isto, a Rússia deve apresentar dados como todos os demais (laboratórios) e, até que estes dados sejam divulgados (...), a autorização não pode acontecer", afirmou Spahn.

Três vacinas são aplicadas atualmente na Alemanha: Pfizer/BioNTech, Astrazeneca - sob certas condições - e Moderna.

Nas próximas semanas, a União Europeia receberá uma quarta opção: a vacina anticovid-19 do laboratório Johnson & Johnson.

Na Alemanha, aumenta a pressão a favor da vacina russa. A Baviera, a maior região do país, anunciou na quarta-feira que negociou um "contrato preliminar" para receber 2,5 milhões de doses, condicionada à autorização da EMA.

A R-Pharm Germany, filial do grupo russo de fabricação de medicamentos R-Pharm, deve produzir doses em Illertissen, município da Baviera.

As negociações acontecem, em particular, com o Fundo Soberano Russo (RDIF), que financiou o desenvolvimento da vacina.

Mecklemburgo Pomerânia (nordeste do país) anunciou uma pré-ordem de um milhão de doses.

A EMA ainda não estabeleceu um prazo para sua decisão sobre a vacina Sputnik V. A agência examinou os dados dos outros laboratórios que apresentaram seus fármacos contra o coronavírus durante dois, ou quatro meses.

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