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Alemanha reconhece genocídio armênio de 1915

A votação aconteceu apesar das advertências da Turquia, que apontou que as relações bilaterais seriam afetadas por esta decisão


	Genocídio: a votação aconteceu apesar das advertências da Turquia, que apontou que as relações bilaterais seriam afetadas por esta decisão
 (Getty Images)

Genocídio: a votação aconteceu apesar das advertências da Turquia, que apontou que as relações bilaterais seriam afetadas por esta decisão (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2016 às 09h09.

Berlim - O parlamento alemão aprovou nesta quinta-feira, praticamente por unanimidade, uma resolução que reconhece como genocídio os massacres dos armênios cometidos há mais de um século pelo Império otomano.

A votação aconteceu apesar das advertências da Turquia, que apontou que as relações bilaterais seriam afetadas por esta decisão.

O texto reconhece como "genocídio" -termo que a Turquia rejeita- a morte de entre 800 mil e 1,5 milhão de pessoas pertencentes às minorias cristãs da Armênia nos massacres de 1915, assim como a responsabilidade alemã nelas, já que o país era então aliado do Império otomano.

A resolução, apresentada de maneira pactuada pela coalizão do governo de conservadores e social-democratas, junto com os verdes, foi aceita por apenas um voto contra e uma abstenção, segundo confirmou o presidente do Bundestag, Norbert Lammert, após aproximadamente uma hora de debate.

Antes de dar passo à votação, Lammert ressaltou que "um parlamento não é uma comissão de historiadores e muito menos um tribunal".

No entanto, o Bundestag não tem intenção de evitar "questões incômodas", "mais no genocídio contra os armênios e outras minorias cristãs há cem anos no Império Otomano, o Império alemão teve parte de responsabilidade", precisou.

Ao mesmo tempo, a câmara ressaltou que a "sincera e autocrítica análise" do passado não afeta as relações com outros países, mas constitui uma condição para a reconciliação e a cooperação.

Em mensagem dirigida a Ancara, que rejeita o termo "genocídio" e se limita a falar de massacres e deportações, Lammert afirmou que "o atual governo turco não é responsável pelo o que ocorreu há cem anos, mas sim é responsável pelo o que vai ocorrer no futuro".

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