Bunkers na Alemanha: projeto busca reforçar a segurança civil em tempos de tensão geopolítica (John Hamilton /AFP)
Agência de notícias
Publicado em 25 de novembro de 2024 às 16h03.
A Alemanha está desenvolvendo uma lista de abrigos e bunkers de emergência para civis em meio a crescentes tensões com a Rússia, informou o Ministério do Interior nesta segunda-feira, 25. O plano inclui estações de metrô subterrâneas, estacionamentos, prédios públicos e propriedades privadas. Além disso, será criado um sistema digital para que as pessoas localizem rapidamente abrigos por meio de um aplicativo no celular.
O governo alemão está incentivando a população a criar abrigos residenciais, adaptando porões e garagens como locais de proteção. Segundo um porta-voz do ministério, o projeto será de longa duração e envolverá a Agência de Proteção Civil e Assistência em Desastres e outras autoridades locais.
Atualmente, a Alemanha conta com 579 bunkers, com capacidade para abrigar 480 mil pessoas. Grande parte dessas estruturas foi construída durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria, quando o país chegou a operar cerca de 2.000 abrigos.
Os pontos principais do plano foram definidos em junho, e um grupo especial está analisando os detalhes do projeto. O aumento dos temores de um eventual ataque da Rússia contra um membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ocorre desde a invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022. A Alemanha, integrante da aliança desde 1955, tem intensificado suas medidas de segurança.
Chefes da inteligência alemã alertaram recentemente que a Rússia poderia lançar um ataque contra a Otan em 2030. Em declarações recentes, o presidente russo Vladimir Putin classificou o conflito na Ucrânia como uma guerra de dimensões "globais" e não descartou a possibilidade de ataques a potências ocidentais.
Um dos destaques do projeto alemão é a criação de um mapeamento digital de abrigos, permitindo à população encontrar rapidamente locais seguros em situações de emergência. Segundo o governo, a iniciativa requer colaboração com propriedades privadas e o aprimoramento de infraestruturas já existentes.
[Grifar] A iniciativa reflete uma crescente preocupação da Europa com a segurança civil em um cenário de tensões geopolíticas e conflitos prolongados.
(Com AFP)