Exército alemão: "O Exército deve ser um reflexo da realidade do país em toda sua diversidade" (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2016 às 11h27.
Berlim - O governo da chanceler alemã, Angela Merkel, estuda a possibilidade de abrir seu Exército a cidadãos da União Europeia (UE) e deixar de restringir o alistamento somente a alemães.
"O Exército deve ser um reflexo da realidade do país em toda sua diversidade. Isso significa favorecer uma maior presença de imigrantes comunitários", indicou a ministra da Defesa, Ursula von der Leyen, na apresentação do novo "Livro Branco sobre a Política de Segurança Alemã e o Futuro da Bundeswehr".
O livro, que inclui objetivos em médio prazo, estratégias e prioridades das Forças Armadas, menciona também a eventual abertura a "cidadãos e cidadãs da UE".
Isso representa uma clara ruptura na linha da Bundeswehr (o Exército alemão), que desde sua fundação, há 61 anos, só permitiu a presença de locais nas Forças Armadas.
"A abertura da Bundeswehr a cidadãos e cidadãs da UE não seria só um enriquecimento, quanto a potencial integrador e regenerador, que robusteceria o Exército, mas também seria um sinal forte da perspectiva europeia", segundo o texto.
Ursula explicou que para isso a Lei do Soldado deveria ser modificada, mas não seria preciso fazer o mesmo com a Constituição alemã.
O governo alemão suprimiu em 2011 o alistamento obrigatório, após uma forte polêmica e a rejeição de quem considerava que essa determinação violava o princípio constitucional de que as Forças Armadas devem estar ancoradas na sociedade alemã e ser um reflexo de todos seus estamentos.
A reforma gerou uma redução gradual do contingente, à época com 240 mil soldados, até os atuais 177 mil.
Há algumas semanas, a ministra anunciou um aumento dos efetivos da Bundeswehr com mais 7 mil soldados, assim como um aumento progressivo de sua verba, que passará dos 34,3 bilhões atuais para cerca de 39,2 bilhões em 2020.
A Bundeswehr está presente em 16 missões no exterior e liderará um dos batalhões que a Otan decidiu enviar à Polônia e as repúblicas bálticas (Lituânia, Letônia e Estônia).