Refugiados na Eslovênia: sem dar números concretos, ministro indicou que as chegadas pela rota dos Bálcãs subiram "de forma notável" (Reuters / Antonio Bronic)
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2015 às 09h32.
Berlim - O ministro de Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, pediu nesta quarta-feira ao governo austríaco que ponha ordem imediatamente nos fluxos de refugiados em direção a Alemanha, após denunciar que nos últimos dias muitas pessoas foram levadas atpe a fronteira sem nenhum tipo de aviso nem coordenação.
"O comportamento da Áustria não foi correto nos últimos dias", disse em entrevista coletiva, fazendo eco das queixas do estado da Baviera diante da chegada maciça e descontrolada de solicitantes de asilo à fronteira.
Maizière afirmou que houve contatos permanentes com o governo da Áustria, que ontem ratificou seu compromisso de retomar "um processo ordenado".
"Espero que isso ocorra imediatamente", disse o ministro, que explicou que nos últimos dias, ao anoitecer, muitos solicitantes de asilo foram conduzidos a lugares próximos à fronteira para que pudessem atravessar para a Alemanha, sem as autoridades germânicas serem avisadas.
Sem dar números concretos, ele indicou que as chegadas pela rota dos Bálcãs subiram "de forma notável" e estão fazendo grandes esforços para receber na Baviera todas essas pessoas e para distribui-las por outros estados federados.
A coordenação, insistiu, é crucial para poder registrar todos os estrangeiros. "Queremos saber quem chega ao nosso país", destacou Maizière, ressaltando a necessidade de recuperar a coordenação que houve nas últimas semanas, quando foram inclusive fretados trens especiais da Áustria à Alemanha para evitar que Viena sofresse com o excesso de refugiados.
O primeiro-ministro da Baviera, Horst Seehofer, deu ontem um ultimato à chanceler, Angela Merkel, para que falasse com o governo austríaco e tomasse medidas antes de domingo para conter as novas ondas de refugiados.
Merkel garantiu em entrevista coletiva que os contatos com a Áustria eram diários e pediu paciência na hora de lidar com a crise dos refugiados.
A crise afeta a grande coalizão de governo em Berlim, formada pela União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel e sua ala bávara, a União Social-Cristã (CSU).
Segundo os últimas números dados pela polícia, na terça-feira cruzaram a fronteira desde a Áustria cerca de 5.500 estrangeiros.