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Alemanha não quer ser potência diplomática, diz Schauble

Segundo o ministro alemão das Finanças, o histórico nazista do país deixa sequelas que ainda não permitem uma liderança alemã na política externa


	Schauble: "não nos negamos a assumir responsabilidades, mas temos outra relação com o poder militar", acrescentou (Eric Piermont/AFP)

Schauble: "não nos negamos a assumir responsabilidades, mas temos outra relação com o poder militar", acrescentou (Eric Piermont/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de janeiro de 2013 às 12h54.

Berlim - A Alemanha "não quer ser uma grande potência em política externa", admitiu nesta segunda-feira o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, em declarações publicadas pelo jornal Handelsblatt.

"Como poderíamos ser, depois de Hitler e Auschwitz? A história deixa sequelas por muito tempo", disse o ministro em uma entrevista com o economista francês Alain Minc por ocasião da celebração na terça-feira do 50º aniversário do tratado franco-alemão do Eliseu.

"Não estamos nem mesmo com ciúmes da França ou da Grã-Bretanha, que são potências em política externa. Isso não se vê apenas no Mali, mas também na Líbia e na Síria", admite Schauble.

"Não nos negamos a assumir responsabilidades, mas temos outra relação com o poder militar", acrescentou.

A Alemanha manifestou em várias oportunidades seu apoio à França na operação militar no Mali e enviou na quinta-feira dois aviões de transporte do tipo Transal de apoio logístico à Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao).

Também anunciou uma ajuda humanitária de um milhão de euros para os refugiados nos países vizinhos do Mali, assim como a mobilização de militares para treinar as tropas africanas.

A população alemã é geralmente relutante às intervenções armadas no exterior. Cerca de 59% teriam se oposto à intervenção no Mali, segundo uma pesquisa publicada no sábado.

Algumas autoridades políticas, entre elas várias do partido conservador da chefe de governo alemão, Angela Merkel, consideraram que seu país não faz o suficiente em política externa.

Em março de 2011, Berlim havia causado descontentamento entre seus aliados ocidentais ao se abster, junto com a China e a Rússia, em uma votação do Conselho de Segurança da ONU sobre a utilização da força contra o exército do ex-ditador líbio Muanmar Kadhafi.

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