Mundo

Alemanha detém sírio suspeito de preparar atentado

Jaber Albakr estava em contato com o grupo extremista Estado Islâmico (EI) pela internet, informou o jornal alemão Süddeutsche Zeitung


	Polícia alemã: "Tudo indica que o suspeito tinha a intenção de cometer um atentado islamita"
 (Ina Fassbender/Reuters)

Polícia alemã: "Tudo indica que o suspeito tinha a intenção de cometer um atentado islamita" (Ina Fassbender/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2016 às 10h31.

A polícia da Alemanha anunciou a detenção nesta segunda-feira de um sírio suspeito de preparar um atentado, após dois dias de uma grande operação de busca, que deixou o país em suspense.

"Tivemos sucesso. O suspeito de terrorismo (Jaber) Albakr foi detido durante a noite em Leipzig", na Saxônia, leste do país, informou a polícia no Twitter.

O homem de 22 anos estava no apartamento de um sírio que havia abordado na estação de trens de Leipzig e ao qual havia solicitado abrigo, de acordo com o site Spiegel Online.

Seu compatriota o hospedou, mas avisou a polícia quando percebeu que ele era o fugitivo procurado pelas forças de segurança da Alemanha.

As forças especiais de intervenção encontraram Albakr amarrado no apartamento em Leipzig.

A cidade de Leipzig fica perto de Chemnitz (260 km ao sul de Berlim), onde morava Albakr, refugiado há mais de um ano na Alemanha. A polícia encontrou explosivos altamente perigosos na casa do suspeito.

Jaber Albakr será levado ainda nesta segunda-feira para Karlsruhe (oeste), sede da Promotoria Federal alemã, responsável pelos casos de terrorismo, onde provavelmente será indiciado e enviado para a prisão.

"Tudo indica que o suspeito tinha a intenção de cometer um atentado islamita", afirmou a Promotoria.

O alvo poderia ser um aeroporto ou uma plataforma de transporte, especula a imprensa alemã.

Jaber Albakr estava em contato com o grupo extremista Estado Islâmico (EI) pela internet, informou o jornal alemão Süddeutsche Zeitung.

A detenção aconteceu 1H00 desta segunda-feira, após uma gigantesca operação de busca de 48 horas.

Tudo começou na sexta-feira, quando o serviço de inteligência interna da Alemanha, que vigiava Jaber Albakr há algum tempo, solicitou à polícia de Chemnitz a detenção do suspeito por conta do risco iminente de atentado.

A polícia tentou realizar a detenção na manhã de sábado, mas o suspeito já havia escapado.

Ao entrar no apartamento do suspeito, a polícia encontrou uma quantidade considerável de explosivos, incluindo 500 gramas de TATP (peróxido de acetona), a substância explosiva preferida do EI.

O TATP foi utilizado pelos homens-bomba dos atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris (130 mortos) e de 22 de março em Bruxelas (32 mortos).

No local, a polícia também encontrou quase um quilo de produtos químicos e peças para a fabricação de bombas, de acordo com o Süddeutsche Zeitung.

A pessoa de nacionalidade síria que tem o nome no contrato de aluguel do apartamento de Chemnitz também foi indiciada por cumplicidade na preparação de um atentado e foi detida.

No domingo, as forças especiais da polícia anunciaram a detenção de outro suspeito, que está sendo interrogado.

Durante o fim de semana, as autoridades reforçaram os controles nos aeroportos e estações ferroviárias, em particular em Berlim.

A polícia temia que o fugitivo estivesse com uma parte dos explosivos porque no momento da fuga ele estava com uma mochila.

Albakr obteve o estatuto de refugiado em junho de 2015, depois de entrar ilegalmente na Alemanha quatro meses antes.

Em julho, a Alemanha sofreu dois atentados cometidos por refugiados e reivindicados pelo Estado Islâmico.

Os atentados e outras tentativas de ataque frustradas pela polícia alimentaram a inquietação de parte da opinião pública alemã a respeito dos solicitantes de asilo, situação que provocou várias derrotas eleitorais do partido da chanceler Angela Merkel, que defende a recepção aos refugiados.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaAtaques terroristasEuropaPaíses ricosPrisõesTerrorismo

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA