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Alemanha considera positiva leitura crítica de "Mein Kampf"

O governo alemão considera que a nova edição comentada do polêmico livro de Adolf Hitler deve ser estudada nos colégios do país


	Adolf Hitler: "os estudantes também terão dúvidas e é bom que elas sejam tiradas em sala de aula, que seja possível falar sobre o tema", afirmou ministra
 (Wikimedia Commons)

Adolf Hitler: "os estudantes também terão dúvidas e é bom que elas sejam tiradas em sala de aula, que seja possível falar sobre o tema", afirmou ministra (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 24 de dezembro de 2015 às 07h28.

Berlim  - O governo alemão considera que a nova edição comentada do polêmico livro "Mein Kampf" (Minha luta), de Adolf Hitler, deve ser estudada nos colégios do país para que o discurso do ditador nazista não fique sem resposta.

Essa declaração foi feita pela ministra de Cultura alemã, a democrata-cristã Johanna Wanka, em entrevista divulgada nesta quinta-feira pelo jornal "Passauer Neue Presse" devido à iminente publicação de uma edição do livro do ditador comentada por especialistas do Instituto de História Recente (IfZ) de Munique.

"Os estudantes também terão dúvidas e é bom que elas sejam tiradas em sala de aula, que seja possível falar sobre o tema", afirmou a ministra.

Wanka espera que a partir de 2016 haja um livro "com uma avaliação científica" à disposição dos cidadãos "para que as mensagens de Hitler não fiquem sem resposta".

"A edição crítica do IfZ tem como objetivo contribuir para a educação política e está escrito para que possa ser entendido pelo público geral", garantiu a ministra.

No fim deste ano, coincidindo com os 70 anos da morte de Hitler, expiram os direitos autorais do "Mein Kampf", uma obra de 700 páginas que mistura o relato autobiográfico e a propaganda política na qual o líder nazista expõe claramente sua ideologia nacionalista, racista e violenta.

A partir de janeiro, o livro poderá ser livremente editado na Alemanha, o que até agora não tinha acontecido porque o estado federado da Baviera, dono dos direitos autorais, tinha impedido sua publicação.

Antecipando-se a uma possível publicação não comentada, o IfZ elaborou uma edição crítica com milhares de notas com cerca de 2 mil páginas e tiragem reduzida.

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