Alemanha: A aliança tem desafios imediatos: o país está enfrentando seu pior surto de covid-19 até o momento e a Europa lida com as consequências do Brexit e com uma crise na fronteira da UE com Belarus (Fabrizio Bensch/Reuters)
Da redação, com agências
Publicado em 24 de novembro de 2021 às 12h06.
Última atualização em 24 de novembro de 2021 às 12h11.
Após quase dois meses de negociações após as eleições federais, um acordo de coalizão foi anunciado na Alemanha nesta quarta-feira, 24. Com isso, o social-democrata Olaf Scholz será o próximo chanceler do país, substituindo Angela Merkel, que ficou a frente do governo por 16 anos.
O acordo entre o Partido Social-Democrata (SPD), os Verdes e o Partido Democrático Liberal (FDP) irá formar o primeiro governo tripartite do pós-guerra na Alemanha. Em entrevista coletiva, ao lado dos co-líderes dos verdes, Annalena Baerbock e Robert Habeck, e do líder dos liberais, Christian Lindner, o novo chanceler e ex-ministro das Finanças, detalhes da coalizão. Baerbock e Habeck deverão assumir os cargos de ministro das relações exteriores e ministro da economia e do clima, respectivamente.
A aliança, batizada de coalizão semáforo por causa das respectivas cores dos três partidos, diz que modernizará a economia atualizando sua infraestrutura e acelerando medidas de proteção do clima. A coalizão tem maioria na câmara baixa do Parlamento e espera que o governo seja empossado no início do mês que vem.
A aliança tem desafios imediatos: o país está enfrentando seu pior surto de covid-19 até o momento e a Europa lida com as consequências do Brexit e com uma crise na fronteira da UE com Belarus.
Os partidos concordaram em se comprometer com a eliminação gradual do carvão até 2030 e a acabar com a geração de energia a gás até 2040.
A nova coalizão também promete uma investigação parlamentar sobre a operação de evacuação do Afeganistão. Segundo o acordo, o país continuará fazendo parte da OTAN sob o novo governo e os Verdes terão direito de nomear o comissário europeu do país.
Alguns analistas políticos temem que os partidos tenham dificuldade de sanar suas diferenças ideológicas, o que por sua vez poderia paralisar a UE, da qual a Alemanha é a locomotiva.
Os partidos desafiaram as previsões de que as negociações de uma coalizão poderiam durar até o ano que vem ou fracassar. Embora os Verdes e o SPD sejam vistos amplamente como parceiros naturais da centro-esquerda, o FDP é historicamente mais próximo dos conservadores alemães.
A aliança conservadora de Angela Merkel, a União Democrática Cristã e a União Social Cristã, agora estarão na oposição após de 16 anos.