Estados Unidos e Alemanha (Daniel Roland/AFP/AFP)
Fabiane Stefano
Publicado em 9 de novembro de 2020 às 12h00.
Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 13h14.
No ano passado, os EUA impuseram tarifas à UE depois de vencerem uma disputa na Organização Mundial do Comércio por causa de ajuda ilegal concedida à Airbus, com sede em Toulouse, na França. Essa decisão levou o governo Trump a impor tarifas de 15% sobre as aeronaves Airbus e taxas de 25% sobre uma série de exportações europeias, incluindo vinho francês, uísque escocês e azeitonas espanholas.
Trump prometeu retaliar e “atacar com muito mais força” se a UE seguisse em frente com a própria ameaça tarifária. No mês passado, a OMC deu luz verde ao bloco de 27 países para avançar com as tarifas devido a subsídios indevidos à Boeing, que tem sede em Chicago.
A decisão sobre o prazo de quaisquer tarifas será, em última instância, tomada pela Comissão Europeia, a autoridade executiva do bloco. Valdis Dombrovskis, comissário de Comércio da UE, disse que o bloco seguirá em frente com os planos.
“Os EUA impuseram suas tarifas após a decisão da OMC no caso da Airbus, agora temos uma decisão da OMC também no caso da Boeing, permitindo-nos impor nossas tarifas e é isso que estamos fazendo”, disse Dombrovskis na segunda-feira antes da videoconferência com os ministros de Comércio, acrescentando que a UE pode suspender ou retirar as tarifas a qualquer momento.
Empresas na Alemanha, cujo comércio bilateral com os EUA soma US$ 252 bilhões anualmente, pediu que o governo da chanceler Angela Merkel evite agravar o problema depois de quatro anos de disputas com Trump.