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Alemanha acredita em tentativa russa de influenciar eleição

Para Hans-Georg Maassen, diretor da agência de inteligência interna alemã, Vladimir Putin preferiria um chanceler diferente de Angela Merkel

Hans-Georg Maassen: "Não se pode excluir que haja um esforço para influenciar a eleição na Alemanha" (REUTERS/Axel Schmidt/Reuters)

Hans-Georg Maassen: "Não se pode excluir que haja um esforço para influenciar a eleição na Alemanha" (REUTERS/Axel Schmidt/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de julho de 2017 às 11h59.

Berlim - A Alemanha está esperando que a Rússia tente influenciar a eleição nacional de 24 de setembro, mas não há indícios de qual partido Moscou irá tentar apoiar, disseram autoridades nesta terça-feira.

O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, disse em uma coletiva de imprensa que dados roubados da câmara baixa do Parlamento alemão em 2015 em um ataque cibernético podem vir à tona nas próximas semanas.

Hans-Georg Maassen, diretor da agência de inteligência interna alemã, disse que, embora não se saiba o que a Rússia pode fazer, suspeita que o presidente russo, Vladimir Putin, preferiria um chanceler diferente de Angela Merkel.

É provável que a Rússia tenha tentado influenciar a eleição norte-americana, e tudo aponta para o envolvimento de Moscou em tentativas de influenciar a eleição na França, afirmou De Maizière.

"Como resultado, não se pode excluir - e estamos nos preparando internamente - que haja um esforço semelhante para influenciar a eleição na Alemanha", disse.

A Rússia tem negado tentar interferir em eleições estrangeiras.

Merkel, que apoia sanções contínuas contra a Rússia devido a suas ações em relação à Ucrânia, busca um quarto mandato.

Fontes disseram à Reuters que uma de cerca de uma dúzia de contas violadas na invasão cibernética de 2015 no Parlamento é a conta parlamentar de Merkel, mas que sua conta de trabalho principal não foi afetada.

Os comentários desta terça-feira surgiram dias antes de Putin chegar à Alemanha para a cúpula de líderes do G20 e vêm na esteira de ataques cibernéticos dirigidos ao Parlamento alemão, a parlamentares individuais, a partidos políticos e centros de estudo ligados a partidos desde o verão europeu de 2015 - todos ligados ao grupo hacker russo APT 28, que tem laços com Moscou.

A Rússia nega ter se envolvido de qualquer maneira nos ataques cibernéticos.

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