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Al Qaeda assume autoria de atentado contra Charlie Hebdo

Grupo afirma que a "bendita invasão de Paris" foi planejada pela cúpula da organização em vingança pelas ofensas contra o profeta Maomé


	Homens armados atacam a sede da revista Charlie Hebdo, em Paris: 12 pessoas foram mortas
 (Handout via Reuters TV)

Homens armados atacam a sede da revista Charlie Hebdo, em Paris: 12 pessoas foram mortas (Handout via Reuters TV)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2015 às 08h09.

Sana - O grupo Al Qaeda na Península Arábica (AQPA), com base no Iêmen, assumiu nesta quarta-feira a autoria do atentado cometido há uma semana contra a sede do semanário francês "Charlie Hebdo", que deixou 12 mortos.

Em um vídeo divulgado em fóruns jihadistas, um líder do grupo, Nasr bin Ali al Anesi, afirmou que a "bendita invasão de Paris" foi planejada pela cúpula da organização em vingança pelas ofensas contra o profeta Maomé.

"Nós, Al Qaeda na Península Arábica, reivindicamos a responsabilidade desta operação perpetrada como vingança pelo mensageiro de Alá e esclarecemos que quem escolheu o objetivo e o planejou, financiou e designou seus autores são os líderes desta organização", explicou Al Anesi.

Além da cúpula da AQPA, o ataque foi realizado "cumprindo ordem" de Al-Zawahiri, líder da Al Qaeda desde a morte de Osama bin Laden.

O vídeo, de quase doze minutos de duração e realizado pela produtora da organização, a Al Malahem Media, mostra Al Anesi em primeiro plano e atrás imagens do atentado e dos irmãos Kouachi, autores do ataque.

Sob o título "Mensagem sobre a batalha sagrada de Paris", o dirigente da AQPA parabeniza os autores do atentado e a "umma" (nação muçulmana) pela "vingança".

"Estes heróis se levantaram para cumprir as promessas que tinham feito a Deus, curaram a ira dos fiéis muçulmanos e apagaram o fogo de raiva que tinham", acrescentou Al Anesi.

"É um ponto de inflexão (o ataque) na história da luta contra os inimigos de Deus", afirmou o dirigente extremista, que convocou toda a nação muçulmana a "se levantar e se sacrificar como vingança pelo sangue derramado e a dignidade violada".

Al Anesi também disse que "os chefes da apostasia" estão impactados e se uniram para "fortalecer sua fraqueza e tentar curar suas feridas", mas advertiu que "estas feridas não se curaram nem se vão se curar, nem em Paris nem em Nova York nem em Washington nem em Londres nem na Espanha".

No dia 10 de janeiro, um responsável da AQPA afirmou que a organização realizaria mais atentados como o registrado em Paris "contra os infiéis que insultam Maomé", mas não assumiu diretamente a autoria do atentado.

O semanário satírico francês lançou hoje uma edição especial com uma nova charge de Maomé, desta vez com o profeta chorando com um cartaz escrito "Je suis Charlie" (eu sou Charlie) sob a frase "Tout est perdonné" (tudo está perdoado).

A sede em Paris da publicação foi atacada na quarta-feira passada pelos irmãos Sarif e Chérif Kouachi, que mataram doze pessoas, incluindo seu diretor, Stéphane Charbonnier, o "Charb", e quatro dos caricaturistas mais famosos da França.

*Matéria atualizada às 9h09

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