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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.
Washington - O Prêmio Nobel da Paz e ex-candidato presidencial norte-americano Al Gore, que em outra época era uma imagem viva de seriedade e se esforçou para se desprender da sombra de Bill Clinton, enfrenta a reabertura de um processo judicial por assédio sexual.
A notícia de supostos abusos de Gore a uma massagista chega depois que ele e sua esposa anunciaram o divórcio no início de junho através de um e-mail enviado a seus amigos, após 40 anos de um casamento aparentemente feliz.
Mas se a separação surpreendeu nos Estados Unidos, onde ainda se lembra o beijo trocado pelo casal durante a convenção do Partido Democrata (PD) no ano de 2000, o relato da massagista chocou a população.
Na época, Gore se esforçava para escapar da sombra do então presidente Bill Clinton, envolvido no escândalo de Monica Lewinsky, a estagiária com a qual manteve um romance a ponto de lhe custar a Presidência.
O candidato Gore não queria que a aventura de seu chefe lhe refletisse.
Agora, a massagista Molly Hagerty, de 54 anos, sustenta que Gore a assediou sexualmente durante uma reunião na noite do dia 24 de outubro de 2006, no Hotel Lucia de Portland, Oregon.
O caso saltou aos jornais nacionais na semana passada depois que o tablóide "National Enquirer" publicou as alegações de Molly em sua capa.
"Al Gore não é a pessoa que o povo pensa. É um homem doente", disse a massagista ao jornal.
A Polícia sustenta que o advogado de Molly apresentou as acusações dois meses depois do incidente em 2006, mas o processo foi fechado porque ela cancelou três entrevistas com os detetives que realizariam a investigação.
No dia 8 de janeiro de 2009, um detetive finalmente a entrevistou, mas concluiu que não havia provas suficientes para respaldar suas acusações.
Em um giro inesperado, a Polícia de Portland anunciou na quarta-feira a reabertura do caso, o que poderia implicar a existência de provas adicionais.
"É uma investigação aberta e não posso fazer comentários", se limitou a dizer ontem à imprensa a porta-voz da Polícia, Mary Wheat.
Kalee Kreider, porta-voz de Gore, disse em comunicado que Gore nega "de forma inequívoca e enfática" as acusações e acrescentou que "a investigação" não fará mais do que beneficiá-lo.
Molly disse se sentir obrigada a cooperar perante o temor a represálias contra ela.
A massagista assegurou também em seu testemunho policial não estar buscando dinheiro, mas justiça. Porém, o jornal "The Washington Post" informou na semana passada que ela queria US$ 1 milhão para contar sua história ao "National Enquirer".