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Ajuda não pode entrar em caminhões russos, diz Ucrânia

Autoridades ucranianas afirmaram que o carregamento com ajuda humanitária que saiu da Rússia não poderá entrar na Ucrânia a bordo de caminhões russos


	Equipe do exército ucraniano: comboio russo só chegará até a fronteira
 (Genya Savilov/AFP)

Equipe do exército ucraniano: comboio russo só chegará até a fronteira (Genya Savilov/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2014 às 09h04.

Kiev - As autoridades ucranianas afirmaram nesta terça-feira que o carregamento com ajuda humanitária que saiu da Rússia para o leste da Ucrânia em nenhum caso poderá entrar na Ucrânia a bordo de caminhões russos ou acompanhada por funcionários russos.

"Não contemplamos nenhum movimento de colunas russas por território ucraniano. Estes carregamentos serão levados em meios de transporte arrendados pela Cruz Vermelha, por isso não permitiremos que o comboio seja escoltado por forças da Rússia", disse o chefe da administração presidencial ucraniana, Valeri Chali.

O político ucraniano explicou que os 280 caminhões que fazem parte do comboio russo só chegarão até a fronteira entre ambos os países, e depois a "responsabilidade" pelo transporte até a zona de conflito será feito pela Ucrânia.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, Andrei Lisenko, afirmou que as mais de duas mil toneladas de ajuda humanitária reunida pelos moscovitas e os habitantes da região de Moscou para o leste da Ucrânia não contam ainda com a aprovação de Kiev.

"Até que não se tome a decisão sobre a quantidade, o destino e a rota da carga humanitária não haverá lugar para ela", disse Lisenko em entrevista coletiva.

Chali explicou que a ajuda russa deverá passar pelo controle alfandegário na zona de passagem entre os dois países.

O ex-presidente ucraniano Leonid Kuchma afirmou hoje que a ajuda enviada pela Rússia entrará na Ucrânia por uma passagem fronteiriça da região de Kharkiv, controlada pelas autoridades do país.

No entanto, Lisenko disse que se trata apenas de uma sugestão de rota, mas que ainda falta a decisão final do governo de Kiev.

O ex-presidente, que faz parte do chamado grupo de contato para a crise da Ucrânia como delegado do governo ucraniano, também assegurou que o destino da carga humanitária será a cidade de Lugansk, controlada pelos separatistas pró-Rússia e cercada há semanas pelas forças ucranianas.

Ao redor de 250 mil de seus 420 mil moradores que seguem na cidade, segundo as autoridades oficiais de Kiev, não têm água, luz e gás, e sofrem além disso com uma alarmante escassez de alimentos.

As autoridades russas informaram sobre a saída hoje de uma coluna de caminhões com ajuda humanitária de Naro-Fominsk, cidade satélite de Moscou, rumo ao leste da Ucrânia.

A ajuda humanitária, transportada em 280 caminhões, inclui 400 toneladas de cereais, 100 toneladas de açúcar, 62 toneladas de alimentos para crianças, 54 toneladas de remédios, 12 mil sacos de dormir e 69 geradores elétricos.

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