Cidade de Homs: os comboios de caminhões estão introduzindo comida para 40 mil pessoas e material higiênico para 60 mil (REUTERS/Ghassan Najjar)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2015 às 14h13.
Damasco - Uma carga de ajuda humanitária para 60 mil pessoas entrou nesta quarta-feira no bairro de Al Waer, na cidade de Homs, após um acordo alcançado há duas semanas entre as autoridades e as facções opositoras.
Em comunicado, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) explicou que nesta quarta-feira começou, junto ao Crescente Vermelho Síria, a repartição de comida e outros tipos de assistências aos habitantes de Al Waer.
A nota destacou que o acesso a esta zona foi difícil nos últimos dois anos, por isso que os moradores necessitam desesperadamente de provisões.
O subdiretor da delegação da CICV na Síria, Alexandre Equey, ressaltou que "o povo de Al Waer passou por tempos muito difíceis. Houve enfrentamentos constantes e tiveram um acesso muito limitado às necessidades básicas para viver".
A distribuição da ajuda possivelmente requereria vários dias, já que os comboios de caminhões estão introduzindo comida para 40 mil pessoas e material higiênico para 60 mil.
Além disso, também vai entrar no bairro material de saúde para mil sessões de diálises em pacientes com problemas de rim e de construção para melhorar os saneamentos e o isolamento frente ao frio de 13 centros que alojam deslocados internos.
"Esperamos que este seja só o começo. Necessitamos de um acesso habitual aqui e também em outras áreas para ajudar o povo neste momento tão complicado", indicou Equey.
O responsável do CICV lembrou que o inverno se aproxima e que os sírios necessitam, sobretudo, de água e abrigo.
"O povo está sofrendo, especialmente, as crianças", alertou.
Há duas semanas, as autoridades sírias e os grupos armados alcançaram um acordo para um cessar-fogo em Al Waer, o último distrito em mãos opositoras em Homs.
Graças a esse pacto, mais de 700 combatentes de facções armadas e civis saíram dessa zona.
Homs, que recebeu o sobrenome da "capital da revolução" após o início dos protestos contra o regime de Bashar al Assad em março de 2011, foi nos primeiros três anos da guerra uma das povoações sírias mais castigadas pelos enfrentamentos e bombardeios.