Mundo

AirAsia avalia falha em computador e resposta dos pilotos

Indonésia disse que o jato subiu abruptamente de sua altura de cruzeiro e depois parou, ou perdeu altura, antes de despencar fora de controle no mar de Java


	Funcionários da Força Aérea indonésia mostram em coletiva de imprensa área de buscas por avião da AirAsia
 (Juni Kriswanto/AFP)

Funcionários da Força Aérea indonésia mostram em coletiva de imprensa área de buscas por avião da AirAsia (Juni Kriswanto/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2015 às 09h40.

Cingapura/Paris - Investigadores que averiguam a queda de um avião da AirAsia estão examinando os registros de manutenção de uma parte fundamental dos sistemas de controle automatizados e como os pilotos podem ter lidado com o avião, no caso de falha no computador, disseram duas pessoas familiarizada com o assunto.

Uma interrupção no funcionamento de dois computadores que operam comandos de voo, os Flight Augmentation Computers (FAC), não poderia ter causado diretamente o acidente, ocorrido em 28 de dezembro, dizem os especialistas, mas sem eles os pilotos teriam de contar com habilidades manuais de voo, que costumam ser muito exigentes durante uma súbita emergência no ar.

"Parece haver algo relacionado com os FAC", disse uma pessoa familiarizada com a investigação, acrescentando que estão buscando mais informações com o fabricante e a companhia aérea.

A Indonésia disse que o jato, um Airbus A320, subiu abruptamente de sua altura de cruzeiro e depois parou, ou perdeu altura, antes de despencar fora de controle no mar de Java, matando todas as 162 pessoas a bordo.

Uma segunda pessoa familiarizada com a apuração dos fatos afirmou que os investigadores estavam olhando para a forma como os pilotos lidaram com a cadeia de eventos que levou ao acidente. Nenhuma fonte quis se identificar porque os detalhes da investigação permanecem confidenciais.

O par de computadores que integra o Sistema FAC do A320 é o principal responsável pelo controle dos movimentos do leme e para ajudar a manter o avião estável, bem como detectar windshear (cortante do vento, ou seja, mudanças bruscas na velocidade ou direção do vento).

A revista indonésia Tempo informou que houve uma série de problemas de manutenção com o sistema informatizado do leme daquela aeronave nos dias e meses antes da queda do voo QZ8501.

As fotos de destroços recuperados do mar de Java são de pouca valia para a avaliação de que o acidente tenha sido causado por problemas com o leme.

No entanto, depois de analisar parcialmente os dados das “caixas-pretas” com os gravadores de voz e de dados de voo, os investigadores estão ampliando seu foco de interesse para os computadores FAC, disseram as duas pessoas familiarizadas com a apuração das causas do desastre.

Um problema com o sistema poderia ajudar a explicar outro elemento-chave do acidente: por que o jato não se corrigiu automaticamente antes de estancar, mesmo que acidentalmente a tripulação tenha provocado isso.

Os jatos Airbus são projetados com um sistema de proteção que impede o piloto de adotar comandos de voo que forcem a aeronave a exceder seus limites, o que torna praticamente impossível levar o avião para fora dos limites do projeto de segurança quando operando em modo de voo normal.

Mas, quando os computadores são incapazes de realizar suas tarefas, o controle é automaticamente entregue aos pilotos, que devem voar manualmente, no chamado modo "alternativo".

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-aviaoÁsiaAviaçãoIndonésiaSetor de transporte

Mais de Mundo

Mais de R$ 4,3 mil por pessoa: Margem Equatorial já aumenta pib per capita do Suriname

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais

Conselho da Europa pede que países adotem noção de consentimento nas definições de estupro

Tesla reduz preços e desafia montadoras no mercado automotivo chinês