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Navio francês é enviado ao Brasil para procurar caixas-pretas

Prioridade é encontrar as caixas-pretas do voo e levá-las à superfície com um robô

Investigadores do BEA inspecionam destroços recuperados do voo AFF447 no laboratório de Toulouse, França (AFP)

Investigadores do BEA inspecionam destroços recuperados do voo AFF447 no laboratório de Toulouse, França (AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2011 às 13h12.

Um navio francês atracado no porto de Dacar partirá na noite desta sexta-feira para a região onde em junho de 2009 desapareceu o avião da Air France em frente à costa brasileira, e fará a rota Rio-Paris com o objetivo de buscar as caixas-pretas da aeronave, constatou a AFP.

O barco Ile de Sein chegou nesta sexta-feira às 09h00 GMT (06h00 de Brasília) ao porto de Dacar procedente das Ilhas Canárias.

A previsão é que a embarcação inicie a viagem às 20h00 GMT (17h00 de Brasília), explicou um responsável da tripulação, para iniciar uma nova fase nas operações de busca, depois que foram localizados restos do avião no início de abril.

"Uma etapa importante foi a localização da aeronave. Sem ela, seria impossível efetuar esta fase 5, que é um desafio autêntico. Operaremos em uma profundidade de 4.000 metros que complicam muito os trabalhos de recuperação" das peças do avião, declarou à imprensa o diretor da investigação, Alain Bouillard, um responsável do BEA (Bureau de Investigações e Análises) francês.

"Para o BEA, é o verdadeiro início da investigação. Podemos visualizar os restos, buscar as caixas-pretas do voo e tentar entender o que aconteceu", completou Bouillard.

Segundo ele, "a prioridade é encontrar as caixas-pretas do voo e levá-las à superfície com um robô", informou o diretor do BEA.

O Airbus A330 da companhia Air France desapareceu em pleno voo sobre o Oceano Atlântico em 1 de junho de 2009 com 228 pessoas a bordo de diferentes nacionalidades.

Caso as caixas-pretas sejam encontradas, há ainda o problema de analisar o conteúdo, que pode estar danificado, completou Bouillard.

"Acreditamos que podemos começar a operação na terça-feira", disse o diretor do BEA Jean-Paul Troadec.

A ministra dos Transportes francesa, Nathalie Kosciusko-Morizet, disse que alguns corpos foram vistos na cabine do piloto, fotografados por robôs submarinos.

"O problema é que os restos estão concentrados em uma área relativamente pequena, o que favorece a hipótese de que o avião não se partiu durante o voo. O avião estava intacto quando atingiu o oceano", disse mais cedo uma fonte próxima à investigação.

A causa oficial do acidente continua indeterminada, mas a queda foi parcialmente atribuída ao mau funcionamento dos sensores de velocidade usados pela Airbus, com a Air France sendo acusada de não responder rapidamente aos relatórios de falhas.

"Estudando os destroços, e verificando como as peças estão torcidas, podemos mostrar se o avião caiu na água de frente ou de lado, etc. Pode talvez nos dar alguma indicação da velocidade em que o impacto ocorreu", disse a fonte.

Mas investigadores da Airbus continuam cautelosos, enfatizando que sem as caixas-pretas será difícil constituir os últimos momentos do voo.

A Air France e a Airbus - que estão sendo investigadas por homicídio culposo por conta do acidente - estão pagando estimados 12,7 milhões de dólares em custos pelas buscas.

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