AIEA: "é muito importante que o Irã continue pondo em prática todas as medidas" (Joe Klamar/AFP)
Da Redação
Publicado em 15 de setembro de 2014 às 14h56.
Viena - O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, insistiu nesta segunda-feira para que o Irã acelere a cooperação com a agência nuclear das Nações Unidas para poder descartar uma possível dimensão militar de suas atividades nucleares.
Em discurso perante o Conselho de Governadores da AIEA em Viena, na Áustria, o diplomata japonês destacou que o Irã segue sem responder a certas perguntas cujo prazo de contestação venceu dia 25 de agosto.
"Para poder resolver todos os assuntos pendentes, passados e presentes é muito importante que o Irã continue pondo em prática todas as medidas no devido tempo", declarou Amano.
O Irã e os inspetores da ONU assinaram um pacto para resolver até 25 de agosto uma série de dúvidas sobre o programa nuclear iraniano, das quais dois assuntos-chave relacionados a possíveis atividades militares ficaram sem resolução.
Além disso, a AIEA solicitou no dia 2 de setembro que o país propusesse novas medidas de criação de confiança, mas não recebeu resposta alguma, de acordo com Amano.
O responsável pela agência nuclear da ONU se reuniu em Teerã com o presidente iraniano, Hassan Rohani, no dia 17 de agosto. No encontro, a cúpula iraniana prometeu acelerar a cooperação com a AIEA, incluindo o esclarecimento das possíveis dimensões militares de seu programa nuclear.
Essas suspeitas foram expostas em novembro de 2011 pela AIEA em um relatório, baseado em informação de diferentes serviços de inteligência, que a ONU considera como "crível".
Trata-se de supostas atividades com explosivos especiais e outros experimentos, supostamente realizados em instalações militares, que poderiam ser usados para fabricar bombas nucleares.
Enquanto a AIEA segue esperando as respostas do Irã, a comunidade internacional, liderada pelas seis grandes potências (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) negocia com o país um acordo nuclear durável.
O Ocidente teme que o programa atômico iraniano oculte intenções militares, algo que Teerã rejeita, afirmando que só tem objetivos energéticos e científicos.
Um primeiro acordo interino, assinado pelas potências e a República Islâmica em novembro do ano passado, estipulou o congelamento de certas atividades nucleares no Irã em troca de um levantamento parcial e temporário das sanções internacionais.
Em 24 de novembro vence o prazo estabelecido pelas duas partes para fechar um acordo que ponha fim ao conflito que dura já uma longa década, sempre à sombra de uma possível intervenção militar dos Estados Unidos ou de Israel contra o Irã.