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AIE reduz previsão para alta da demanda por petróleo

Crescimento dos preços está afetando a demanda. A agência diminuiu a projeção em 190 mil barris diários a menos

Demanda dos países mais ricos caiu 2,8% (AFP)

Demanda dos países mais ricos caiu 2,8% (AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2011 às 17h41.

Londres - A Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou em relatório divulgado hoje que os altos preços do petróleo estão limitando o crescimento da demanda pela commodity, particularmente nos Estados Unidos. No entanto, a agência observou que os contínuos problemas na oferta significam que o mercado vai permanecer apertado no segundo semestre deste ano.

A AIE cortou em 190 mil barris diários sua previsão para crescimento da demanda por petróleo em 2011, para 1,3 milhão de barris diários, "em razão dos persistentes preços altos e das projeções mais fracas do FMI (Fundo Monetário Internacional) para o PIB (Produto Interno Bruto) das economias avançadas".

O relatório coloca mais uma vez a AIE - que representa os interesses dos grandes países consumidores de energia - em contraposição com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sobre se o cartel precisa ou não aumentar seu limite de produção na reunião marcada para junho. Autoridades de países membros da Opep disseram que tal aumento é improvável. O grupo afirmou em seu próprio relatório, divulgado ontem, que a queda nos preços do petróleo ocorrida na semana passada foi reflexo de um mercado equilibrado.

"A atitude aparentemente relaxada da Opep com relação ao aumento da produção para contrabalançar os problemas com a oferta da Líbia pode levar a um mercado fortemente apertado no fim do verão (no hemisfério norte), quando as refinarias estiverem de volta à operação total", afirmou a AIE. Segundo a agência, essa paralisia da Opep indica que grandes saques serão feitos nos estoques no segundo semestre para atender à demanda, o que poderá acabar com a estabilidade do mercado.

Países ricos

A demanda dos países mais ricos, que formam a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), caiu 2,8% em março, ante o mesmo mês do ano passado, "uma queda significativa, atingida apenas em 2008 (um ano de preços muito altos) e 2009 (afetada pela recessão)", disse a AIE. O crescimento contínuo da demanda por petróleo de países de fora da OCDE contrabalançou essa redução, mas a demanda global total cresceu apenas 0,4% em março - o aumento mais fraco desde meados de 2009, segundo a agência.

Embora os números de março possam ter sido distorcidos pelo impacto do terremoto no Japão, "a gasolina a US$ 4 por galão provavelmente vai gerar uma temporada de viagens anêmica nos EUA". Este foi o principal motivo para o corte na estimativa de crescimento da demanda por petróleo neste ano, afirmou a AIE.

No entanto, o efeito do enfraquecimento da demanda será de certa forma contrabalançado pela continuação dos problemas sérios com a oferta, o que vai manter o mercado apertado, destacou a agência. A produção de petróleo da Opep diminuiu 235 mil barris diários em abril e permanece 1,3 milhão de barris diários abaixo do nível de janeiro, antes do começo dos conflitos na Líbia. "A oferta da Líbia vai continuar ausente dos mercados no restante de 2011", alertou a AIE. As informações são da Dow Jones.

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