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AIE prevê desaceleração na produção de biocombustíveis

Forte crescimento do setor em 2010, aliado com a alta dos alimentos e dúvidas sobre o mercado devem diminuir o crescimento este ano

A AIE acredita que até o final de 2011 a produção mundial de biocombustíveis chegou a 2 milhões de barris por dia (Manoel Marques/VEJA)

A AIE acredita que até o final de 2011 a produção mundial de biocombustíveis chegou a 2 milhões de barris por dia (Manoel Marques/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2011 às 15h29.

Londres - Após o forte crescimento registrado no ano passado, a produção global de biocombustíveis deve desacelerar em 2011, prevê a Agência Internacional de Energia (AIE). Uma série de fatores deve limitar o avanço da oferta pelo mundo, como a alta do preço dos alimentos, as políticas energéticas regionais, o excesso de capacidade produtiva e incertezas sobre a demanda. No ano passado, a produção de biocombustíveis teve alta de 250 mil barris por dia. Para 2011, a entidade estima aumento menor, de 160 mil, para 2 milhões de barris por dia.

No Brasil, a alta do açúcar puxou o preço do etanol para um valor acima do considerado competitivo na comparação com o preço da gasolina (de 70% do valor do derivado do petróleo). Com isso, a AIE avalia que os produtores irão priorizar a produção de açúcar no País, mantendo o mercado de etanol mais apertado - enquanto o consumo de gasolina cresce 5% na comparação anual.

Nos Estados Unidos, onde os preços do milho dispararam, os produtores ainda trabalham com "margens aceitáveis". No entanto, o Congresso continua discutindo limites ao crédito fiscal de US$ 0,45 por galão dado ao etanol, o que deixa nublada a perspectiva de novos investimentos, na avaliação da agência.

Na Alemanha, a tentativa de ampliar o uso dos biocombustíveis esbarra na resistência da população. O governo determinou a mistura de 10% à gasolina, mas os consumidores evitam aderir, pois temem que seus carros sejam danificados. O governo insiste que a introdução da mistura vai continuar e encoraja uma campanha informativa para aliviar as preocupações.

A AIE considera que a demanda na Ásia está enfraquecida em razão dos elevados preços do óleo de palma e das poucas determinações governamentais estipulando a necessidade de uso dos biocombustíveis. Dessa forma, o início da operação de uma nova usina em Cingapura, com capacidade de 15 mil barris por dia, deve piorar as margens dos produtores na região.

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