Mundo

Ai Weiwei instala câmeras em sua residência

O objetivo é ironizar a vigilância constante da qual o artista dissidente chinês é vítima

Ai Weiwei ficou preso em um local não revelado de abril a junho de 2011
 (Peter Parks/AFP)

Ai Weiwei ficou preso em um local não revelado de abril a junho de 2011 (Peter Parks/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2012 às 08h43.

Pequim - O artista dissidente chinês Ai Weiwei anunciou nesta terça-feira que instalou quatro câmeras conectadas a internet em sua residência de Pequim, com o objetivo de ironizar a vigilância constante da qual é vítima.

"Minha vida está submetida a tanta vigilância e controles, seja meu telefone ou meu computador. Nosso escritório foi revistado, eu fui revistado, todo dia me seguem, há câmeras de vigilância diante da minha casa", declarou à AFP.

"Então pensei que deveria instalar (câmeras) aqui para que as pessoas possam ver todas as minhas atividades", completou.

Ai Weiwei ficou preso em um local não revelado de abril a junho de 2011, o que provocou uma onda de indignação em todo o mundo. Desde então vive sob vigilância, sem poder abandonar Pequim.

Uma das câmeras está sobre sua cama e outra em seu escritório. As imagens podem ser consultadas no endereço weiweicam.com.

O artista e dissidente, que não poupa críticas ao Partido Comunista, revelou em novembro que recebera uma notificação para pagar ao fisco 15 milhões de yuanes (1,7 milhão de euros).

Graças à mobilização de 30.000 chineses, ele conseguiu entregar a garantia necessária para apresentar uma apelação contra a retificação, que, segundo Weiwei, será uma punição por suas críticas ao regime. As autoridades aceitaram reconsiderar a decisão e o procedimento está em curso.

Acompanhe tudo sobre:ArteArtes visuaisArtistasÁsiaCelebridadesCensuraChinaseguranca-digital

Mais de Mundo

Israel intensifica bombardeios no Líbano e guerra pode chegar a nova fase

Reino Unido pede a seus cidadãos que deixem o Líbano em voos comerciais

Qual o risco de guerra entre Líbano e Israel após as explosões de pagers?

Guarda Revolucionária do Irã promete 'resposta esmagadora' por ataques no Líbano