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AI denuncia limpeza étnica do Estado Islâmico

O Estado Islâmico realiza uma campanha de limpeza étnica no norte do Iraque, segundo a Anistia Internacional

Combatentes yazidi em cemitério da cidade curda de Dohuk (Ahmad al-Rubaye/AFP)

Combatentes yazidi em cemitério da cidade curda de Dohuk (Ahmad al-Rubaye/AFP)

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Da Redação

Publicado em 2 de setembro de 2014 às 09h58.

Bagdá - O Estado Islâmico (EI) realiza "uma campanha sistemática de limpeza étnica" no norte do Iraque, com execuções em massa, denuncia a Anistia Internacional no relatório que será divulgado nesta terça-feira.

Citando testemunhos "horríveis" de sobreviventes, a Anistia acusa os jihadistas de cometerem "crimes de guerra, sobretudo, execuções sumárias em massa e sequestros", visando "sistematicamente" às minorias do norte iraquiano. Segundo a organização, os principais alvos têm sido os cristãos, turcomanos xiitas e os yazidis.

Também presente na Síria, o EI lançou em 9 de junho uma ampla ofensiva no Iraque, conseguindo assumir o controle de vastas faixas do território.

Em 25 de agosto, a alta comissária da ONU de Direitos Humanos, Navi Pillay, já havia acusado os jihadistas de fazer uma "limpeza étnica e religiosa" no norte do Iraque.

No relatório intitulado "Limpeza étnica de proporções históricas", a Anistia diz ter "provas" de que chacinas aconteceram em agosto na região de Sinjar, onde viviam muitos yazidis, uma minoria curda não muçulmana.

Segundo testemunhas, dezenas de homens e de jovens foram amontoados em picapes e, depois, executados fora dos povoados.

O EI "transformou as zonas rurais de Sinjar em campos da morte (...) dentro de sua campanha brutal para apagar qualquer traço de não-árabes e muçulmanos não sunitas", denunciou a Anistia.

Segundo a ONG, dois dos ataques mais letais foram em 3 e 5 de agosto nas cidades de Qiniyeh e Kocho. São "centenas" de vítimas. Salem, um dos sobreviventes, contou que ficou escondido por 12 dias até poder fugir. Já Said disse ter sido atingido por cinco balas, por pouco não escapando da morte. Ele perdeu sete irmãos.

"Centenas, talvez milhares" de mulheres e crianças da minoria yazidi também foram sequestradas pelo EI, advertiu a Anistia, acrescentando que "milhares" de pessoas fugiram, aterrorizadas.

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