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AI critica Líbano por impedir entrada de refugiados

Anistia Internacional criticou o Líbano por negar a entrada de refugiados palestinos da Síria


	Refugiados: entre os refugiados estão grávidas e menores
 (AFP)

Refugiados: entre os refugiados estão grávidas e menores (AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2014 às 12h54.

Beirute - A Anistia Internacional (AI) criticou nesta terça-feira o Líbano por negar a entrada no país de refugiados palestinos da Síria, entre eles grávidas e menores, restrições que acabaram separando muitas famílias.

"Ao negar a entrada de uma mãe e de seu filho recém-nascido, entre outras pessoas, as autoridades libanesas mostraram uma apavorante falta de respeito rumo aos direitos de alguns refugiados que fogem de um conflito sangrento", disse a organização de direitos humanos em comunicado.

Entre os casos registrados está o de uma mulher grávida de seis meses e acompanhada de cinco crianças que foi admitida em sua segunda tentativa, sem que seu marido e seus dois filhos maiores fossem envolvidos.

O responsável da AI para as pessoas refugiadas e migrantes, Sherif Ali, declarou que "o Líbano está descumprindo suas obrigações contraídas em virtude do direito internacional".

"As autoridades libanesas devem pôr fim imediatamente a essas medidas discriminatórias com essas pessoas. Embora sua chegada suponha uma enorme carga para os recursos do Líbano, isto não é uma desculpa para abandoná-las", afirmou Ali.

A entidade também assinalou que os refugiados palestinos da Síria sofrem severas restrições em outros países como na Jordânia, que proíbe sua entrada desde 2013, e a Turquia, onde têm mais dificuldades que os cidadãos sírios para se internar.

A AI revelou que os refugiados palestinos da Síria devem cumprir com uma série de requisitos para obter uma residência temporária no Líbano, entre elas as que estejam de passagem para outro país e que não procedam de zonas onde há combates perto da fronteira.

A Anistia considerou que esses requisitos não se aplicam aos sírios, inclusive depois das novas medidas tomadas por Beirute em junho de 2014.

"Ninguém deve ser devolvido à Síria se procurar um refúgio seguro. Todos os refugiados que vivem no Líbano não deveriam temer ser detidos ou expulsos", acrescentou Ali.

A Anistia reiterou sua chamada à comunidade internacional para que intensifique seu apoio econômico aos países vizinhos da Síria, incluindo o Líbano, que abriga o maior número de refugiados procedentes da Síria, em torno de 1,1 milhão de pessoas.

A estes é preciso agregar cerca de 400 mil palestinos que vivem no país desde 1948 após a criação do Estado de Israel, assim como outros 60 mil que fugiram da violência na Síria e se refugiaram no Líbano, com uma população de cerca quatro milhões de habitantes.

"Sem uma ajuda econômica maior da comunidade internacional, é muito provável que aumentem as restrições impostas no Líbano a todos os refugiados procedentes da Síria", ressaltou Ali.

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