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Da Redação
Publicado em 23 de fevereiro de 2011 às 17h46.
Londres - A Anistia Internacional (AI) considera que a resposta da comunidade internacional à crise na Líbia foi "morna" e pediu ao Conselho de Segurança da ONU e à União Africana que adotem "medidas concretas" para bloquear a violência no país norte-africano.
Em uma nota emitida de Londres, a AI acusa a comunidade internacional de ter "falhado" com os líbios em momentos de "grande necessidade", devido às ameaças do líder Muammar Kadafi de "limpar o país casa por casa".
Em meio à crescente crise política registrada no país, imerso em protestos contrários ao regime ditatorial de Kadafi, a organização de direitos humanos lamenta que a resposta dada pelo Conselho de Segurança da ONU tenha sido "vergonhosamente" aquém das necessidades dos líbios e, por isso, exige "ações concretas", como um embargo imediato do armamento e sanções econômicas.
Nesta terça-feira, o Conselho pediu em comunicado o final da violência e solicitou à Líbia que atue com contenção e respeito pelos direitos humanos, embora, segundo a nota da AI, não tenham sido adotadas medidas essenciais.
"O coronel Kadafi revelou publicamente sua disposição de matar aqueles que se oponham a ele para permanecer no poder", ressaltou Salil Shetty, secretário-geral da organização.
Shetty classificou a situação como "inaceitável" e lembrou que tanto Kadafi como os que trabalham para ele "têm que saber que prestarão contas pessoalmente, segundo as leis internacionais, pelos crimes que cometeram".
"Suas ameaças fazem com que a resposta morna da comunidade internacional seja inclusive mais alarmante. O que os líbios precisam agora não são meras palavras, mas ações concretas", disse o secretário-geral.
A organização também criticou a resposta da União Africana às tensões no país, onde centenas de pessoas perderam a vida aparentemente pelas mãos de mercenários que supostamente foram trazidos de outros países africanos a pedido do líder líbio para reprimir de forma violenta os protestos contra seu regime.
Segundo Shetty, "é atroz que a União Africana e o Conselho de Segurança nem sequer tenham se reunido para abordar a emergência que está ocorrendo em um de seus países-membros".