Mundo

Água estava a 2ºC quando avião e helicóptero caíram em rio após colisão nos EUA

Autoridades americanas afirmam que 28 corpos foram retirados das águas durante a madrugada; não há relato de sobreviventes até o momento

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 30 de janeiro de 2025 às 13h56.

Tudo sobreacidentes-de-aviao
Saiba mais

A água estava a cerca de 2 ºC na noite de quarta-feira, quando um avião da American Airlines se chocou com um helicóptero militar do Exército dos Estados Unidos e as aeronaves caíram no rio Potomac, nos arredores de Washington. Nessas condições, ocorre rápida perda de calor, choque térmico, descontrole muscular e hipotermia, informou as autoridades americanas.

Segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), a temperatura do rio era de 2,2 ºC, na quarta-feira. Com essa temperatura, "a água fria elimina rapidamente o calor do corpo, o que pode levar ao choque térmico no primeiro minuto, a perda do controle muscular em 10 minutos ou hipotermia em 20 a 30 minutos", afirma o site do Serviço Meteorológico Nacional.

O avião da American Airlines, que transportava 64 pessoas (60 passageiros e quatro tripulantes), vinha de Wichita, Kansas, e tentava pousar no Aeroporto Nacional Reagan, em Washington. No entanto, a aeronave colidiu no ar com um helicóptero Black Hawk enquanto se aproximava do destino final.

As autoridades americanas afirmam que 28 corpos foram retirados das águas durante a madrugada. Não há relato de sobreviventes até o momento — embora haja pessimismo, e o chefe do Corpo de Bombeiros tenha dito que a operação agora é de "recuperação" de corpos, e não mais de resgate.

A colisão entre a aeronave comercial e o helicóptero militar foi gravada em vídeo. Imagens publicadas nas redes sociais mostram o momento em que uma bola de fogo se forma no céu e cai nas águas do rio. Um áudio gravado momentos antes da colisão entre um controlador de tráfego aéreo e o piloto do helicóptero, obtido pela rede americana CNN, demonstra que o militar visualizou o avião comercial antes da colisão.

O que se sabe até agora sobre colisão entre avião e helicóptero em Washington

Uma grande operação de resgate foi lançada no local da queda, em um trecho do rio que fica na divisa de Washington, Virgínia e Maryland. Cerca de 300 socorristas foram enviados para atender a emergência, e os esforços são visíveis desde a noite de quarta-feira, quando barcos e helicópteros circulavam pela área do acidente, tentando localizar sobreviventes.

Em uma entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, o chefe do Corpo de Bombeiros e Serviços Médicos de Emergência de Washington, John Donnelly, afirmou que os socorristas enfrentam condições extremamente difíceis, com frio intenso, vento forte e gelo na água. Ele confirmou que 28 corpos já foram resgatados, incluindo um militar.

"Estamos em um ponto em que estamos mudando de uma operação de resgate para uma operação de recuperação [de corpos]. Neste ponto, não acreditamos que haja sobreviventes deste acidente", disse Donnelly.

CEO da American Airlines diz que pilotos eram experientes e questiona rota de helicóptero militar

No início da noite, a principal preocupação das equipes de resgate era localizar rapidamente possíveis sobreviventes na água, já que era esperado que as temperaturas caíssem abaixo de zero na área de Washington.

Vários membros da comunidade de patinação artística dos EUA estavam a bordo do avião, um Bombardier CRJ700 construído há cerca de 20 anos. Entre eles, os patinadores artísticos Evgenia Shishkova, de 52 anos, e Vadim Naumov, de 55, ambos de nacionalidade russa, conhecidos por conquistarem o Campeonato Mundial em 1994 antes de se mudarem para os EUA em 1998, onde passaram a atuar como treinadores. De acordo com relatos iniciais, ambos estavam retornando de um evento nacional de patinação acompanhados por um grupo de jovens patinadores.

Todas as decolagens e aterrissagens foram interrompidas no aeroporto, enquanto o pessoal de emergência respondia a um "incidente de aeronave". A previsão é de que o Aeroporto Nacional Ronald Reagan ficasse fechado até às 11h desta quinta-feira (13h em Brasília), segundo informou John Potter, presidente da Autoridade Metropolitana de Aeroportos de Washington.

O último acidente fatal envolvendo uma companhia aérea comercial dos EUA foi o voo 3407 da Colgan Air, que caiu perto de Buffalo, matando 50 pessoas, em 12 de fevereiro de 2009. Especificamente com a American Airlines, o último acidente com vítimas foi em novembro de 2001, quando um grande avião caiu no bairro de Belle Harbor, no Queens, matando 251 passageiros.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-aviaoWashington (DC)Estados Unidos (EUA)American Airlines

Mais de Mundo

CEO da American Airlines diz que pilotos eram experientes e questiona rota de helicóptero militar

Quem são Evgenia Shishkova e Vadim Naumov, patinadores russos que estavam no avião em Washington

Operação online da China teria pedido derrubada do governo da Espanha, diz relatório

União Europeia estagna com principais economias prejudicadas pela situação política