Vinhedo na França: europeus também reclamam de possíveis problemas ambientais com o acordo (Divulgação/Viagem e Turismo)
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2011 às 17h14.
Bruxelas - A associação europeia de agricultores e cooperativas agrícolas Copa-Cogeca se opôs nesta quarta-feira a um acordo comercial entre a União Europeia (UE) e os países do Mercosul, cuja aprovação parece próxima.
Em uma audiência na Eurocâmara, a conselheira política da Copa-Cogeca, Shelby Matthews, ressaltou que um possível acordo com o Mercosul seria prejudicial para a UE, já que afetaria de modo muito negativo o setor agrário europeu e teria consequências ambientais, como um aumento da emissão de gases de efeito estufa e do desmatamento.
Shelby assegurou que as perdas para os 28 milhões de agricultores europeus seriam de mais de 13 bilhões de euros em caso de uma liberalização total do comércio e acrescentou que estas perdas não seriam compensadas em outros setores, já que, segundo ela, a UE perderia até 4,5 bilhões de euros em outros âmbitos da economia.
Segundo ela, os produtos agrícolas do Mercosul já têm acesso suficiente à UE.
Em sentido contrário aos agricultores se expressou o representante da Confederação Europeia de Sindicatos Juan Moreno e o ex-chanceler austríaco e diretor-geral da automobilística alemã Volkswagen na América do Sul, Viktor Klima, que reivindicaram aos negociadores rapidez para fechar o tratado.
Após altos e baixos, no ano passado a UE e o Mercosul retomaram as negociações para obter um acordo de associação que inclua uma grande liberalização das trocas comerciais.
O principal empecilho até o momento são os produtos agrários, protegidos na UE, especialmente da pecuária, muito competitiva em países como Argentina e Brasil.
O comissário de comércio europeu, Karel De Gucht, assegurou nesta quarta-feira que ambas as partes trocarão as primeiras ofertas para o acesso de seus produtos aos mercados nos próximos dois meses.
"Atualmente estamos negociando com o Mercosul e fazemos um progresso constante nestas negociações, mas agora eu não gostariade fixar uma data para o fim das negociações", revelou De Gucht à imprensa em Bruxelas após a cerimônia de assinatura do tratado de livre-comércio alcançado com Colômbia e Peru.