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Mulher que foi impedida de ter bebê anéncefalo acompanha STF

Severina Ferreira é favorável à interrupção da gravidez nesses casos e disse estar traumatizada com a possibilidade de ter outro filho

“É muito sofrimento. Sou a favor do aborto. Porque esperar os nove meses se essa criança não tem vida?”, pergunta a mulher (José Cruz/ABr)

“É muito sofrimento. Sou a favor do aborto. Porque esperar os nove meses se essa criança não tem vida?”, pergunta a mulher (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2012 às 19h20.

Brasília – A agricultora pernambucana Severina Ferreira, que descobriu que o filho era anencéfalo e foi impedida de abortar, veio a Brasília acompanhar o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Ela, que é favorável à interrupção da gravidez nesses casos, disse estar traumatizada com a possibilidade de ter outro filho. “É muito sofrimento. Sou a favor do aborto. Porque esperar os nove meses se essa criança não tem vida?”, pergunta.

Em 2004, com três meses de gravidez, Severina descobriu que a criança era anencéfala. No momento da descoberta, estava valendo a liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, que autorizava a antecipação do parto a gestantes que identificaram a deformidade dos fetos por meio de laudo médico.

Severina, que mora em Chã Grande, foi internada em Recife para fazer o procedimento. No entanto, no momento em que era preparada para o parto antecipado, a liminar foi cassada pelos ministros da Corte. Com isso, a agricultora teve de passar por mais quatro meses de gestação.

“Foi muito sofrido. [O hospital, em Recife] Era bastante distante de onde eu moro. Chegava lá, o médico só me olhava, porque ele não podia fazer nada. Eu sentia muita dor. O médico ficou muito preocupado comigo, me ligava para saber como eu estava, mas não podia fazer mais nada”, disse a agricultora.

Com sete meses de gestação, ela teve o bebê retirado. De acordo com o marido de Severina, Rosivaldo Ferreira, o parto antecipado só foi possível depois da autorização de um juiz, pois a agricultora corria risco de morrer. “A gente já tinha uma criança e queria outra. E quando foi descoberto [que o feto era anencéfalo] foi um abalo imenso. Foi por isso que a gente correu atrás da Justiça para a antecipação do parto. Se fosse até os nove meses [de gestação], ela podia morrer”, conta Rosivaldo.

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